ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.04.1997.
Aos trinta dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e
sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz
Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt,
Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando
Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e
Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Vigésima Nona Sessão Ordinária e da Sétima Sessão Solene,
que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Executivo Municipal, o
Projeto de Lei do Executivo nº 18/97 (Processo nº 1490/97); pela Vereadora
Anamaria Negroni, o Pedido de Informações nº 71/97 (Processo nº 1298/97); pelo
Vereador Eliseu Sabino, 03 Pedidos de Providências e a Indicação nº 32/97
(Processo nº 1401/97); pelo Vereador Hélio Corbellini, as Indicações nºs 30 e
31/97 (Processos nºs 1378 e 1379/97, respectivamente); pelo Vereador Isaac
Ainhorn, a Indicação nº 27/97 (Processo nº 1339/97); pelo Vereador João Carlos
Nedel, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Projeto de
Resolução nº 15/97 (Processo nº 1472/97); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 06
Pedidos de Providências e as Indicações nºs 35 a 41/97 (Processos nºs 1449 a
1455/97, respectivamente). Ainda, o Senhor Presidente deferiu Requerimento de
autoria do Vereador Renato Guimarães, solicitando o desarquivamento do Projeto
de Lei do Legislativo nº 179/96 (Processo nº 3209/96). Do EXPEDIENTE constaram:
Ofícios nºs 186, 187, 189, 190, 191, 192, 193, 194 e 195/97, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 22 e 37/97, do Deputado Cezar Busatto, Secretário de
Estado da Fazenda/RS; 196, 204 e 205/97, do Desembargador Adroaldo Furtado
Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul;
197/97, da Presidência da Câmara Municipal de Macapá/AP; 309/97, do Senhor José
de Souza Mendonça, Diretor Regional do Serviço Social do Comércio do Rio Grande
do Sul - SESC; 369 e 383/97, do Senhor Vicente Joaquim Bogo, Vice-Governador do
Estado/RS; 456/97, da Diretoria da Associação Riograndense de Imprensa - ARI;
s/nº, do Senhor Adyr Barbosa Nogueira, Gerente de Marketing Institucional do
Banco Meridional do Brasil S.A.; Convites: da Federação das Associações
Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, para a reunião-almoço com o palestrante
Beto Carrero, Diretor-Presidente da Beto Carrero World; do Centro Cultural
Islâmico, para participar de "pequena do ID"; do Senhor Elvino Bohn
Gass, Deputado Estadual/RS, para o Grande Expediente em homenagem à "Luta
pela Terra no Brasil"; do Tenente-Coronel Vidal Pedro Dias Abreu, Chefe da
Assessoria de Comunicação Social da Brigada Militar, para o lançamento oficial
do Decálogo para a Excelência na Prestação de Serviços da Brigada Militar. Em
continuidade, foi aprovado Requerimento verbal, de autoria do Vereador Pedro
Ruas, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às
quatorze horas e quinze minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e vinte minutos, constatada a existência de
"quorum", iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado
a homenagear o quadragésimo aniversário da Rádio Guaíba, nos termos do
Requerimento nº 10/97 (Processo nº 186/97), de autoria do Vereador Isaac
Ainhorn. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice Prefeito Municipal de
Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o
Doutor Carlos Alberto Bastos Ribeiro, Diretor da Rádio Guaíba; o Jornalista
Alfredo Daudt, representando o Senhor Vice-Governador do Estado do Rio Grande
do Sul; o Desembargador Cacildo de Andrade Xavier, representando o Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Capitão Péricles Brasil Alvares,
representando o Comando-Geral da Brigada Militar; o Senhor Renato Pinto,
representando o Chefe da Polícia Civil; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da
Casa. Ainda, como extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou as presenças
do Jornalista José Garcez, Coordenador de Comunicação Social da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre; da Senhora Maria Cristina da Costa, representando a
Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer; do Senhor Celso Costa,
fundador e técnico da Rádio Guaíba; do Jornalista Isnar Camargo Ruas,
ex-funcionário e um dos fundadores da Rádio Guaíba; do Jornalista Flávio Alcaraz
Gomes e de diversos funcionários e colaboradores da Rádio Guaíba. A seguir, o
Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da
Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn ressaltou a importância da
Rádio Guaíba para a comunidade gaúcha, lembrando momentos históricos noticiados
por essa emissora e fazendo referência especial ao trabalho dos Jornalistas
Isnar Camargo Ruas e Flávio Alcaraz Gomes. O Vereador Pedro Ruas prestou sua
homenagem à Rádio Guaíba, discorrendo sobre sua fundação, há quarenta anos, e
registrando a responsabilidade jornalística sempre observada em sua
programação. O Vereador Reginaldo Pujol teceu considerações a respeito do
carinho que a população nutre pela Rádio Guaíba, mencionando personalidades que
consolidaram a trajetória vitoriosa dessa emissora e já integram a
história radiofônica gaúcha.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Gerson Almeida, ressaltando a excelência do trabalho prestado pelos
profissionais da Rádio Guaíba, registrou a tradição dessa rádio no trato das
questões políticas brasileiras, bem como sua influência na busca do
fortalecimento democrático do País. O Vereador Lauro Hagemann, discorrendo
sobre a conjuntura social da época em que a Rádio Guaíba foi criada, lembrou
sua atuação como jornalista da Rádio Guaíba e afirmou ser essa emissora
referência permanente para a sociedade do Rio Grande do Sul. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Juarez Pinheiro mencionou programas da Rádio Guaíba que
marcaram época, afirmando ser essa empresa uma instituição cuja história
caminha conjuntamente com a história não só do povo porto-alegrense e gaúcho,
mas também de todo o povo brasileiro. O Vereador Fernando Záchia saudou os
profissionais que integram a Rádio Guaíba, destacando a preocupação dos mesmos
em manter uma linha de trabalho marcada pela integridade e lisura no
fornecimento da informação. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre o
trabalho desenvolvido pela Rádio Guaíba ao longo dos seus quarenta anos de
existência, lembrando, principalmente, a presença dessa emissora na história
política e cultural do Estado. O Vereador Adeli Sell, congratulando-se com a
Rádio Guaíba, ressaltou a importância do trabalho dessa emissora na busca
incessante da qualificação da notícia, como meio de possibilitar uma melhor
formação da consciência política da comunidade. O Vereador João Dib leu trechos
do pronunciamento feito por Sua Excelência quando da homenagem, nesta Casa, aos
quinze anos da Rádio Guaíba, saudando-a e afirmando sua importância dentro do
mundo das comunicações brasileiras. O Vereador Antonio Hohlfeldt discorrendo
sobre sua convivência com a Rádio Guaíba, ressaltou a importância dessa
emissora, declarando que sua programação atinge os mais diversos recantos do
Estado, transformando-se em um forte elo de ligação entre todos os gaúchos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães lembrou a presença da Rádio Guaíba em momentos
fundamentais da história do País, tais como o da "Cadeia da Legalidade",
discorrendo sobre as mudanças verificadas nessa emissora desde sua fundação,
mudanças essas que não alteraram sua filosofia básica de defesa dos interesses
maiores dos cidadãos brasileiros. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra
ao Vice-Prefeito José Fortunati, que analisou o significado das emissoras de
rádio na construção da identidade de um povo, afirmando ser a Rádio Guaíba
exemplo de credibilidade jornalística e mesmo patrimônio cultural de toda a
comunidade gaúcha. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor Carlos Alberto Bastos Ribeiro que, em nome da diretoria e dos
funcionários da Rádio Guaíba, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Casa.
Após, o Senhor Presidente registrou o recebimento de telegramas alusivos à
presente solenidade, de autoria dos Deputados Bernardo de Souza e Maria do
Carmo Bueno e, agradecendo a presença de todos, declarou suspensos os
trabalhos, nos termos regimentais, às dezesseis horas e dez
minutos, sendo os
mesmos reabertos às dezesseis
horas e quinze minutos, constatada a existência de "quorum". Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal discorreu sobre o trabalho
social efetuado pelo Instituto Espírita Dias da Cruz, lamentando tentativa do Executivo Municipal de reaver terreno
anteriormente doado àquele Instituto, e defendendo a busca de soluções que
viabilizem a continuidade da obra assistencial realizada pelo Instituto
Espírita Dias da Cruz. A seguir, o Senhor Presidente registrou o falecimento da
Senhora Catarina Chaubt Melgar, sogra do Vereador Luiz Braz, informando que seu
sepultamento será hoje, às vinte e duas horas, no Cemitério João XXIII. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia reportou-se ao pronunciamento do
Vereador Pedro Américo Leal, acerca do Instituto Espírita Dias da Cruz, ressaltando
a importância do atendimento oferecido por essa entidade à população mais
carente e atestando a preocupação que possui o Executivo Municipal com a área
de assistência social em Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, respondendo a
questionamento do Vereador Fernando Záchia, o Senhor Presidente informou que os
Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn encontravam-se representando a
Casa no ato de assinatura de protocolo entre a Prefeitura Municipal e os
permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, referente à abertura desse
mercado aos finais de semana. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 06/97. A seguir, foi aprovado o Requerimento de nº
103/97 (Processo nº 1446/97 - Moção de Protesto contra o Presidente da
República, devido à reforma administrativa por ele proposta), de autoria do
Vereador Cyro Martini, por quatorze votos SIM e seis votos NÃO, após ser
encaminhado à votação pelo Autor e pelos Vereadores Pedro Américo Leal,
Guilherme Barbosa, Cláudio Sebenelo, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Carlos
Garcia, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib,
tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cyro
Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini,
José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e
Renato Guimarães e Não os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo,
Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib e Reginaldo Pujol. Ainda, foi
rejeitado o Requerimento de nº 104/97 (Processo nº 1489/97 - Moção de
Solidariedade ao Deputado Flávio Koutzii por declarações referentes à empresa
General Motors, feitas à imprensa em mil novecentos e noventa e quatro), de
autoria do Vereador João Dib, por sete votos SIM e quinze votos NÃO, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Gerson Almeida, Cláudio
Sebenelo, Fernando Záchia e Nereu D'Ávila, sendo submetido à votação nominal
por solicitação do Vereador Fernando Záchia e tendo votado Sim os Vereadores
Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib e Pedro Américo
Leal e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cyro
Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila,
Paulo Brum e Renato Guimarães. Na oportunidade, o Senhor Presidente apregoou o
deferimento Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando a retirada de
tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 09/97 (Processo nº 536/97), e
informou ter recebido visita do Senhor Prefeito Municipal, acompanhado de sua
equipe na área econômica, quando foi entregue à Casa o Plano Plurianual
1998/2001, o qual está sendo fotocopiado para entrega de cópias aos Senhores
Vereadores. Também, o Vereador João Dib
solicitou exame, pela Comissão de Constituição e Justiça, do texto encaminhado
à Assembléia Legislativa, resultante da aprovação, pela Casa, do Requerimento
nº 79/97 (Processo nº 1240/97), de autoria do Vereador Gerson Almeida, tendo o
Senhor Presidente informado que será feita a verificação necessária sobre o
assunto. Às dezoito horas e três minutos, constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum
e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu,
Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente que, após lida e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Clovis
Ilgenfritz): Solicito
ao Ver. Isaac Ainhorn que assume a Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Está
com a palavra o Ver. Pedro Ruas, para um Requerimento.
O SR. PEDRO RUAS
(Requerimento): Requeiro a inversão na ordem dos trabalhos. Em primeiro lugar, o Grande
Expediente, após a Ordem do Dia e, posteriormente, a Pauta.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o Requerimento
de V. Exa. e o submete à votação o Requerimento do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Antes porém, saudamos a presença do jornalista Isnard Camargo Ruas,
acompanhado de seu neto, que honra esta Casa com a sua presença.
Informamos, que o Grande Expediente de hoje destina-se a registrar a
passagem do 40º aniversário da Rádio Guaíba, pelo que interrompemos a Sessão
por cinco minutos, solicitando aos líderes de Bancada que se dirijam ao Salão
de Honra desta Casa a fim de trazer a este Plenário o Diretor da Rádio Guaíba,
Dr. Carlos Ribeiro e demais convidados.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h15min.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis
Ilgenfritz - às 14h20min.): Estão reabertos os trabalhos. Estamos dedicando o
Período de Grande Expediente no dia de hoje para homenagear o 40º aniversário
da Rádio Guaíba. É um momento muito especial para a Câmara Municipal, para este
Presidente e tenho certeza de que para todos os Vereadores. O Requerimento,
aprovado por unanimidade, é de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
Convidamos as autoridades para compor a Mesa. Além deste Presidente e
do 1º Secretário Paulo Brum, que já se encontra conosco, convidamos o Exmo. Sr.
Vice-Prefeito Municipal que representa o Prefeito Municipal de Porto Alegre,
Sr. José Fortunati. Temos a satisfação de convidar o ilustre Dr. Carlos Alberto
Bastos Ribeiro que é Diretor da Rádio Guaíba, empresa hoje homenageada por este
Plenário. Convidamos representante do Sr. Vice-Governador do Estado, jornalista
Alfredo Daudt. O representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Cap.
Péricles Brasil Alvares. Representante do chefe da polícia Civil, Sr. Renato
Pinto. A Mesa oportunamente nominará outras personalidades importantes
presentes a este ato. Desde já, saudando um dos baluartes do jornalismo, em
especial, da Rádio Guaíba, jornalista Flávio Alcaraz Gomes, e muito nos honra
com sua presença.
Conforme o ritual desse processo de Grande Expediente, fala o
requerente, proponente desta homenagem que, sendo aprovada por unanimidade, já
não é só dele, é da Câmara, mas ele fala em primeiro lugar. Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda os integrantes da
Mesa e demais presentes.) Inicio, fazendo uma referência especial a duas
pessoas que aqui se encontram e prestigiam esta Casa por ocasião da passagem do
40º aniversário da Rádio Guaíba, jornalista Isnard Ruas, um de seus fundadores,
e jornalista Flávio Alcaraz Gomes, também um dos que participaram dos momentos
iniciais daquela Rádio.
“A programação da Guaíba não terá o luxo das grandes montagens, mas
mesmo quando singela, jamais cairá na vulgaridade.” Arlindo Pasqualini,
primeiro Diretor da Rádio Guaíba.
Srs. Vereadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre se alia às
homenagens que, neste momento, todo o Estado do Rio Grande do Sul presta à
Rádio Guaíba. A Rádio Guaíba é patrimônio de nosso estado, é uma constituição
rio-grandense e porto-alegrense. E dentro desta linha que, neste momento, nos
integramos a este conjunto de homenagens que registram os 40 anos da Rádio
Guaíba.
Para a nossa geração, que viveu, sobretudo os dias confusos e
tumultuados da década de 60, a Rádio Guaíba tem um significado especial. Em
primeiro lugar, ela está ligada não só a todos os acontecimentos da história
política contemporânea porto-alegrense, rio-grandense, nacional e
internacional, registrando todos os acontecimentos, como também tem uma
presença marcante, com certeza eu diria, em cada um de nós. É tão forte a
presença desta emissora em nossa vida que é indiscutível que, mesmo antes de
adentrarmos pela trajetória da vida pública, cada um dos Vereadores desta Casa
tem um vínculo, tem uma história com esta emissora.
Há pouco, eu me recordava de um momento que me marcou, a presença ainda
juvenil, chegando à adolescência, com a Rádio Guaíba. Dois momentos. Um deles
me recordava com o jornalista Flávio Alcaraz Gomes, que me registrava a data
quando eu perguntava sobre aquele jogo da Copa do Mundo, Brasil x Suécia, cujo
resultado foi cinco a dois, transmitido pela Rádio Guaíba, e que saímos
perdendo. Pois naquele momento, era uma manhã meio chuvosa na Cidade de Porto
Alegre e eu participava, como aluno do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, da
inauguração do novo prédio na Praça Piratini. E recordo a vibração do som que
vinha da Suécia, na voz inconfundível, marcante, de uma figura cuja vida marcou
e está presente na história da Rádio Guaíba, que é Pedro Carneiro Pereira. E
quando faço menção a figuras de grande significação, que tiveram grande papel
no jornalismo rio-grandense, e especialmente nesse momento, nas comemorações da
Rádio Guaíba, que tiveram uma passagem marcante por aquela emissora, não posso
deixar de registrar primeiro a figura do seu idealizador, que procurou por
aquela Rádio que se iniciava o mesmo estilo e a mesma característica do
“Correio do Povo”, na sua sobriedade e no seu compromisso com a ,verdade. Minha
homenagem ao Dr. Breno Caldas, a Arlindo
Pasqualini, a Pedro Carneiro
Pereira, a Osmar Meleti, a Homero Simon, figuras que tiveram uma marca
especial. E registro tantas pessoas vivas que estiveram desde o início na
trajetória dessa emissora que honra o Rio Grande e que nas suas experiências,
nas suas iniciativa pioneiras deu lições para a radiofonia brasileira, não só
nos seus programas como também em relação às transmissões. Toda aquela luta de
conseguir - Flávio Alcaraz - trazer para o Brasil, para conseguir os
patrocinadores e os demais entendimentos para conseguir os patrocinadores e os
demais entendimentos para conseguir a transmissão da Copa do Mundo de 58, tudo
isso está não só na história da Rádio Guaíba, faz parte também da própria história
do nosso Estado. Por isso, este momento é de muita emoção para esta Casa,
porque esta instituição também tem um preito de reconhecimento à cobertura e ao
respaldo que sempre teve de parte da Rádio Guaíba.
Registro, ainda, figuras cuja marca está presente, confundindo-se com a
própria história do jornalismo contemporâneo, com a própria história da
radiofonia moderna, e que estão presentes na Rádio Guaíba, como Mendes Ribeiro,
Flávio Alcaraz Gomes, Amir Domingues, Walter Galvani, Milton Ferreti Jung, Rui
Strelow, dentre outros. São referências necessárias não só da Rádio Guaíba como
também do jornalismo rio-grandense e brasileiro. Por tudo isso, a Rádio Guaíba
foi pioneira nas grandes modificações e alterações da radiofonia brasileira.
Ela, hoje, nos seus 40 anos de existência, prepara-se, com o seu
amadurecimento, com a sua experiência, com sua direção segura, com certeza
mantendo a sua carcterística comunitária, da seriedade e da responsabilidade
com a informação, para chegar aos 50 anos e, depois, ao chegar mesmo centenário
do velho “Correião”.
A minha saudação ao Rio Grande, a Porto Alegre, que tem muito a ver com
tudo que a Rádio Guaíba construiu nesses 40 anos. Minha saudação especial aos
40 anos da Rádio Guaíba, por sua trajetória que honra todos nós,
rio-grandenses. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Temos a honra de citar, como
extensão da Mesa, o Coordenador de Comunicação Social da Prefeitura, jornalista
José Garcez; a representante da Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e
Lazer Sra. Maria Cristina da Costa; o Sr. Celso Costa, fundador e técnico da
Rádio Guaíba; Sr. Isnar Camargo Ruas, ex-funcionário da Rádio Guaíba; Sr. Isnar
Camargo Ruas, ex-funcionário da Rádio Guaíba; e demais jornalistas e funcionários
da Rádio Guaíba aqui presentes.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
O SR. PEDRO RUAS: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) (Lê.)
“ MIL NOVECENTOS E CINQÜENTA E SETE.
TRINTA DE ABRIL
VINTE HORAS E TRINTA MINUTOS
Quarenta anos se passaram desta data. No entanto, para os meios de
comunicação, para o esporte, para a economia, para a cultura de nosso Estado,
ela é lembrada sempre como ‘o ano’, ‘o dia’ e ‘a hora’ em que um SOM claro,
límpido e forte cobriu e começou e se expandir pelos céus do Rio Grande do Sul
inteiro. Era o sinal, era a mensagem de que uma nova, potente e extremamente
profissional emissora, vinha unir-se ao excelente quadro de rádios já em
atividade naquele ano.
‘Naquele dia’, ‘naquela hora’ e ‘naquele ano’, em solenidade no Theatro
São Pedro, com a presença de toda a sociedade porto-alegrense, a Rádio Guaíba
era oficialmente inaugurada com um breve discurso do diretor Arlindo
Pasqualini, que todos conheceram como ‘major’ Pasqualini.
Foi a visão do jornalista Breno Caldas, a sua incansável busca do
progresso, que possibilitou a implantação de uma emissora moderna e tão sólida
que venceu crises, sempre com o crescimento inconteste de sua imagem. E foi
extremamente este traço marcante de seu caráter que possibilitou a Breno Caldas
se rodear dos melhores profissionais. como o inolvidável ‘major’ Pasqualini, o
engenheiro Homero Simon, considerado o ‘mago’ do som, e outros, tão brilhantes
e de tal potencialidade que continuam em plena atividade na própria Rádio
Guaíba, dentre os quais os jornalistas - escritores Flávio Alcaraz Gomes e
Valter Galvani, o político e jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro, o
jornalista, produtor e apresentador Amir Domingues, o locutor Milton Jung, que
marcou o ‘Correspondente Renner’ com sua voz e interpretação,- O técnico em som
Celso Costa -. Eles são considerados os ‘fundadores’ da rádio, juntamente com
outros excelentes profissionais que partiram para outras atividades. O meu
próprio pai, jornalista Isnar Ruas, aqui presente, tem como um dos melhores
períodos de sua vida exatamente aquele em que teve a oportunidade de trabalhar,
por dez anos, no Departamento de Notícias da Rádio Guaíba.
A Rádio Guaíba teve fatos marcantes em sua vida: foi a primeira
emissora gaúcha a transmitir uma Copa do Mundo. Flávio Alcaraz Gomes, Homero
Simon e Jorge Alberto Mendes Ribeiro foram os autores do extraordinário
projeto. Na área política na cobertura de eleições, iniciando por Jânio Quadros
- sob o comando de Amir Domingues - fazendo um esquema nacional com ação de
correspondentes em todos os pontos do país, a Rádio Guaíba marcou um novo e
forte estilo de radiofonia.
Poderia se dizer mais. Muito mais. Mas fica o registro de uma
iniciativa que deu bons frutos, tendo agora o lúcido comando da família
Ribeiro, e tende a se perpetuar pelos tempos afora”.
Para mim, particularmente, é um momento de rara emoção, pois como filho
de um dos fundadores de Rádio, que se faz presente, fiz questão também que as
tivesse presente um dos meus filhos, o Diego, a minha mãe Flora, também
jornalista, porque para nós todos, de alguma forma, a Rádio Guaíba é como se
fosse uma segunda casa, assim como os órgãos da Caldas Júnior o foram. E são,
até hoje, quando participo do programa
‘Espaço Aberto’, com Valter Galvani, Armando Burd e com tantos outros,
se rememora esse tipo de sentimento, esse tipo de compromisso que temos,
efetivamente, com a Caldas Júnior e com a Rádio Guaíba.
Na área política, Sr. Presidente, é importante salientar, como opinião
pessoal, que os veículos da Caldas Júnior. - e hoje homenageamos a Rádio
Guaíba, - jamais se prestaram a ser Diário Oficial de qualquer governo que
estivesse no comando do Estado ou da Nação. Esse é um dado que nos orgulha
ainda mais quando se fala nos veículos de comunicação da Caldas Júnior. Enfim,
a Câmara Municipal de Porto Alegre, representando a população da Capital, hoje
homenageia uma Rádio que, durante quarenta anos, dedicou-se a homenagear Porto
Alegre e o Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Exmo. Sr. Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre. (Saúda os componentes da Mesa.) Senhores
Vereadores, meus Senhores e minhas Senhoras, o Legislativo de Porto Alegre,
atendendo o Requerimento aprovado por unanimidade da Casa e de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, utiliza seu Grande Expediente com o propósito de consignar, de
registrar e de laudar os 40 anos de atividade da Rádio Guaíba, emissora que,
surgida nos idos de 57, se firmou no contexto da radiofonia do Rio Grande ,
ganhando e consolidando espaço, adquirindo o respeito, a credibilidade, o amor,
o apreço e o carinho do seu público: os radiouvintes do nosso Estado, do nosso
País e de além fronteira.
Hoje, este Legislativo, se sente obrigado a, homenageando a Rádio
Guaíba, reverenciar figuras importantes da sua história, desde a família Caldas
Júnior - Breno, Francisco Antônio - até outros homens, que foram,
indiscutivelmente, fundamentais nessa trajetória vitoriosa da emissora da Caldas
Júnior. É óbvio que não se pode deixar de fazer referência específica a Arlindo
Pasqualini, o grande idealizador e comandante de Primeira Hora, e porque não
àqueles profissionais como Homero Simons que, de forma tão expressiva,
contribuíram para que a qualidade técnica, que consagrou a Guaíba, fosse um dos
seus apanágios e uma das suas marcas registradas. Mas, é natural que a
homenagem se realize e que algumas referências saudosas naturalmente teriam que
acontecer. Nessas eu alinharia as figuras de Pedro Carneiro Pereira e Osmar
Meletti, meus amigos, homens que a Cidade de Porto Alegre e o Rio Grande do Sul
conheceu e respeitou, pela sua atividade profissional, pela sua ressonância
como homens da sociedade gaúcha que faziam, no dia a dia da Guaíba, a
demonstração objetiva de suas qualidades pessoais e o faziam com grande
competência.
Quando falamos da Guaíba, se fala de uma série de fatos que vão desde o
longínquo 58,, com a 1a. Copa do Mundo radiofonizada por uma empresa do Rio
Grande do Sul, passa-se por todas as Copas, - vai-se dos 5x2 da Suécia, se
passa pelos 3x1 de Santiago do Chile, pelos 4x1 do México - e se chega até
mesmo aos pênaltis da última Copa do Mundo.
Mas, junto com todas essas lembranças, lembramo-nos de coisas mais
gaúchas, os feitos do Colorado do Figueiroa, as conquistas do meu Tricolor, as
conquistas na América e no Mundo, do meu Grêmio, a Legalidade de 61, a
Revolução de 64 , o homem na Lua. Enfim, de todas aquelas coisas que fizeram
parte do cotidiano de Porto Alegre, do Estado, do País e do Mundo teremos
alguma referencia nestes, 40 anos, apresentados no microfone da Guaíba.
É verdade que lá permanecem algumas pessoas, como o jornalista Flávio
Alcatraz Gomes que, desde o primeiro momento, se encontra envolvido no projeto
da Guaíba e que hoje conosco recebe as justas homenagens de quem acreditou,
lutou, buscou afirmação vitoriosa e a obteve, fruto do seu trabalho, dedicação
e empenho.
Mas, o Flávio mesmo nos diria são muitos os outros que contribuíram
para esses fatos. No dia de hoje, além de genitor do nosso querido amigo e
Vereador Pedro Ruas, temos a figura tão simpática, tão carinhosa e, sobretudo,
tão amiga de Celso Costa com o qual tenho me encontrado em vários pontos do
País e desta América, nas suas idas, acompanhando a Equipe de Esportes da Rádio
Guaíba.
Enfim, Dr. Carlos, a emissora que o Senhor dirige, faz parte da
história do Rio Grande. O seu estilo de fazer com seriedade, competência,
isenção e responsabilidade, a radiofonia do Estado, é um apanágio do Rio Grande
do Sul. Quando falamos em imprensa livre, responsável e sadia, nós, gaúchos,
podemos, com toda a tranqüilidade apontar uma referência na nossa Cidade de
Porto Alegre e essa referência é, indiscutivelmente, a nossa Rádio Guaíba, que,
por todos os meios e por todas as
formas ou de outra, estejamos comprometidos com toda a tranqüilidade, apontar
uma referência na nossa Cidades de Porto Alegre e essa referência é,
indiscutivelmente, a nossa Rádio Guaíba, que, por todos os meios e por todas as
formas, tem feito com que todos nós, de uma forma ou de outra, estejamos
comprometidos com o seu sucesso e a
suas vitórias. Eu, pessoalmente, tenho muita alegra de ter, desde muito cedo,
por razões que o Flávio muito bem conhece, quando lá ia procurar o nosso
saudoso “Seu Verno”, de ter tido contato muito
direto com essa Emissora. Não a vi nascer, pois, no ano de 1957, quando
ela nascia, eu estava fora do Estado, porque tinha sido voluntário, na minha
responsabilidade para com a Pátria, e encontrava-me no Núcleo da Divisão Aeroterrestre,
no Rio de Janeiro. Fui informado por meu pai, velho e assíduo leitor do Correio
do Povo, que, na Casa dos Caldas, naquele ano de 1957, havia surgido um novo
projeto: o Projeto da Rádio Guaíba.
Quando aqui cheguei de retorno, em 1958, fiquei sabendo que aqueles
jovens de então estavam com um sonho audacioso: queriam ser a primeira emissora
do Rio Grande a transmitir a Copa do Mundo, lá na longínqua Suécia, uma Suécia
que mal divisávamos no mapa-múndi, tamanha a lonjura em que se encontrava
aquele país nórdico, e onde se sediava a Copa do Mundo de 1958. Veio o fato, os
acontecimentos, os lauréis, as vitórias no campo do esporte , a vitória na
afirmação da nossa jovem emissora, e sobretudo, o início de uma afirmação e de
uma trajetória que, ao longo do tempo, e agora por 40 ,anos, vem-se renovando
permanentemente, sempre com aquele propósito de, com objetividade, seriedade,
competência e organização, contribuir para que essa referência que já fiz da
boa emissora de rádio, da emissora isenta, da emissora responsável que tem sido
durante todo o tempo a Rádio Guaíba, continue a orgulhar a todos nós gaúchos e
especialmente a todos aqueles que, como nós, têm responsabilidade com a coisa
pública na Cidade de Porto Alegre.
Meus cumprimentos à Rádio Guaíba, meus cumprimentos ao meu amigo Carlos
Ribeiro e meus cumprimentos a todos aqueles que conosco se encontram, aqui, no
dia de hoje, contribuindo com seu trabalho, com seu empenho e dedicação para
que pudéssemos saudar a Rádio Guaíba como a referência positiva da radiofonia
brasileira ao longo dos seus 40 anos de existência. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR, PRESIDENTE: Estão presentes também, os
trabalhadores da Rádio Guaíba que, durante a noite, cuidam das fotografias.
O Sr. Gerson Almeida está com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Sr.
Vice-Prefeito da Cidade, demais representantes da Rádio Guaíba e da empresa
Caldas Júnior aqui presentes. Senhoras e Senhores, não cair na vulgaridade foi
o desafio que se colocou à Rádio no dia da sua fundação. Eram 10 kw nas ondas
médias e, logo depois, um jovem engenheiro, que se tornou brilhante e
reconhecido como um dos melhores técnicos na área de transmissão de ondas, fez
com aqueles 10 kw pudessem transmitir com muito mais alcance do que até então
era possível. Quero fazer um parêntese, porque, como trabalhador do setor de
telecomunicações, quero dizer que o engenheiro Homero Simon é, até hoje, um
ícone da área de transmissão de dados e, certamente, um dos tantos responsáveis
pela qualidade da transmissão de som até hoje reconhecida por todos. E uma
marca da Rádio Guaíba. Na verdade, falar da Rádio Guaíba, é falar de alguma
coisa muito presente na nossa história, na vida de cada um de nós. O
Correspondente Renner, a Música na Guaíba, enfim, são programas que têm uma
característica de longevidade poucas vezes vistas em instituições, não só no
Rio Grande do Sul, mas no Brasil inteiro, um País que vive mudando e vive a
urgência da mudança permanente. A Rádio Guaíba, com Amir Domingues, Fernando
Veronezi, Flávio Alcaraz Gomes, Milton Jung, Mendes Ribeiro e tantos outros,
consegue manter a característica de uma empresa moderna, de uma empresa ágil,
sem perder uma relação de outro tipo, que ainda mantém laços bastante fraternos
com os seus trabalhadores, com os seus empregados e, destes, com a comunidade.
Eu quero lembrar também, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, que não é só por esse aspecto que a Rádio Guaíba merece louvor e
homenagem justa promovida por esta Casa; é também porque a Rádio Guaíba se
colocou o desafio, na sua fundação, de não cair na vulgaridade e, ao longo de
sua história, tem cumprido esse preceito.
Foi dos estúdios da Rádio Guaíba que um dos fatos mais importantes da
história republicana deste País se fez, que foi a cadeia da legalidade, quando,
a partir do Rio Grande do Sul, se promoveu uma luta heróica, cívica, de
resistência a tempos de totalitarismo, a tempos de exceção. E foi, no Rio
Grande do Sul, através do então governador Leonel Brizola e dos estúdios da
Rádio Guaíba - não podia ser dos estúdios de outra rádio, a não ser da Rádio
Guaíba -, que se fez transmitir aquele importante momento da história do nosso
estado, do nosso País, da luta e da resistência democráticas. A Rádio Guaíba tem
essa marca e essa tradição política importantíssima. Quero dizer também que a
informação é poder, é o requisito básico para a realização da democracia. Sem
informação e sem liberdade de informação é impossível pensar, no Estado
Moderno, a democracia, porque é pela fala que se consegue se comunicar com o
conjunto dos cidadãos. É preciso, fundamental usar os meios de comunicação. E,
para que a democracia se faça, é preciso que estes meios de comunicação abram
espaço para a diversidade de opiniões existentes na sociedade, gostemos ou não
dela editorialmente, mas abram esse espaço. E a Rádio Guaíba, também nisso, é
fiel ao preceito da sua fundação, não caiu na vulgaridade e resiste ao
monopólio da informação e assegura que as diferenças existentes na sociedade tenham,
nos veículos da Caldas Júnior, não só do rádio, tenham espaço para o
contraditório, tenham espaço para o diferente, tenham espaço para aqueles
opiniões que brotam da própria sociedade e que os telespectadores, os ouvintes
da rádio, este fantástico instrumento de informação, escolham aquilo que
querem.
Por isso, digo que a Rádio Guaíba, quase quatro décadas depois de sua
fundação, continua fiel à idéia de não cair na vulgaridade, e por isso ela
presta um serviço à democracia, à informação e à sociedade porto-alegrense e
gaúcha como poucos veículos fazem. Esta homenagem, portanto, é justa. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Atenção Sras. e Srs.
ouvintes. Ouviremos, agora, em edição extraordinária o Repórter Esso,
testemunha ocular da História. Fala o jornalista Lauro Hagemann, Vereador desta
Casa, que está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Não poderia
faltar a esta Sessão e a esta homenagem, em boa hora convocada pelo Ver. Isaac
Ainhorn. A Rádio Guaíba é uma instituição rio-grandense e brasileira, porque na
história da radiofonia deste País, o Rio Grande do Sul tem um capítulo especial
e, neste capítulo especial, a Rádio Guaíba tem várias páginas muito
expressivas.
É muito difícil de se fazer uma análise mais profunda do que significa
a Rádio Guaíba no contexto radiofônico do nosso Estado, mas temos que
considerar a época em que ela surgiu e os acontecimentos que ela acompanhou.
Não é só sobre o aspecto político, é o dia a dia da cidadania rio-grandense que
se reflete nas ondas da Rádio Guaíba. Aproveito para cumprimentar os dirigentes
da Rádio, não só os anteriores, aos quais
me ligaram laços expressivos de fraternidade e de gratidão, porque
quando cassado, eu encontrei na Rádio Guaíba o abrigo profissional que eu
precisava, em 1969, isso não posso esquecer. Grande parte da minha vida
profissional está ligada à Radio Guaíba, uma emissora que aprendi a respeitar e
com a qual contribuí, modestamente, com parcela do meu trabalho para que ela
chegasse aos 40 anos, como chega hoje.
Quero fazer uma referência especial àqueles que, denodadamente, durante
esses 40 anos fizeram da Rádio Guaíba a emissora que ela é: Flávio Alcaraz
Gomes, Celso Costa, Fernando Veronese, Amir Domingues que ainda estão lá, e os
que ou lá passaram, como Homero Simon, o magnífico engenheiro gaúcho que
contestou um cálculo de antena de um livro soviético, e tinha razão, a ponto de
seus autores terem que reformular o cálculo, E tantos outro como Luiz Gualde, o
famoso produtor de 2001, que ajudei a narrar em algumas épocas da minha vida
radiofônica, mas é, sobretudo, a imagem pública da Rádio Guaíba que devemos
ressaltar nesses 40 anos.
É uma referência permanente à sociedade rio-grandense, e não se diga
que seja uma emissora local, porque a Rádio Guaíba é referência internacional,
porque Porto Alegre é a mais meridional da capitais brasileiras, tem hoje, mais
do que antes, uma inserção muito grande nessa parte do nosso continente. As
referências que argentinos, chilenos, uruguaios, paraguaios, bolivianos,
peruanos ouvem do Brasil, passam pelo Rio Grande do Sul, que é limite
meridional do País com esses vizinhos do CONESUL. E os dirigentes da Guaíba
sempre tiveram essa acuidade de proporcionar, não só o ouvinte interno, como ao
externo um retrato, o mais fiel possível, do que se passava aqui dentro das
nossas fronteiras. Esse é o papel do rádio. O rádio que é invisível, impessoal, quase abstrato, que
cada um cavalga nas ondas do rádio ao seu bel-prazer, imaginando de quem seja
aquela voz misteriosa por trás do microfone.
Quero dirigir-me aos meus companheiros de ontem e de hoje da Rádio
Guaíba, os meus melhores cumprimentos, e que esses 40 anos sejam sempre
lembrados para que daqui para diante possam ser comemorados sempre com a mesma
fidelidade como foram até hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu cedo o
meu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro, que fará a saudação em nosso nome.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Deu na Guaíba, então é
verdade. (Saúda os componentes da
Mesa.) Eu não sou um orador, mas, hoje,
eu pedi para falar. Quero dizer que não fui só eu que pediu para falar, porque
não estava inscrito no Grande Expediente. A Vera. Maria do Rosário fez a mesma
coisa. E foi o dilema decidir a quem a gentileza do Ver. Renato Guimarães
proporcionaria a honra, nos 40 anos da Rádio Guaíba falar, a exemplo do nosso
Líder Gerson Almeida, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nesta
Casa.
No dia 30 de abril de 1957, no antigo Teatro São Pedro, uma festa
especial, com a Pianista Yara Berneti e o Coro Orfeônico da Sociedade Aliança
de Novo Hamburgo, movimentou a Cidade de Porto Alegre. Embora o brilho do
espetáculo, mais importante da
cerimônia, foi dito, como já aqui reprisado pelo Ver. Isaac Ainhorn: “A
programação da Guaíba não terá o luxo das grandes montagens, mas mesmo quando
singela jamais cairá na vulgaridade”. Arlindo Pasqualini. A Rádio, concebida
por Pasqualini, com o aval de Breno Caldas, trazia uma novidade fundamental.
Sua locução era ao vivo e não tinha “gingle” ou “spots”.
Senhores, eu cresci ouvindo o som da Guaíba. Recorri ao nosso Flávio
Alcaraz Gomes para saber o nome de um programa, mas eu lembrava dos sons:
“Estava o gato em seu lugar, veio a mosca lhe fazer mal”. Teatrinho Cacique,
17h30min, Rádio Guaíba.
Eu cresci, escutando a Rádio Guaíba, não peguei a Copa de 58, como
muito dos Vereadores aqui presentes, tinha apenas cinco anos, mas não vou
esquecer a tristeza de, em AM, ouvir a Rádio Guaíba transmitindo da Espanha, o
Real Madrid de Puskos 4, Grêmio 1. E eu chorei.
Eu cresci escutando o Discorama de Osmar Meletti. Eu cresci, o pouco
que cresci, escutando hoje a mesma música que introduz os programas de esporte
da Rádio Guaíba. É a mesma, desde o seu início, desde quando Flávio , desde
quando Mendes Ribeiro, na Copa de 58, na Suécia, transmitiram aquela memorável
conquista do povo brasileiro. Eu quero então, nesta data, homenagear aqueles
que com, esforço hercúleo, hoje a mantém e a reproduzem, porque temos que
lembrar aqui a FM 101.3 que mantém o mesmo estilo Guaíba. Quero lembrar os que
já se foram e já citei Osmar Meletti, talvez, quem primeiro me tenha despertado
o pouco de sensibilidade que a dureza da vida me proporcionou. Quero lembrar
aqui aquele que dizia: “a bola está no centro do gramado, o jogo começou”,
Pedro Carneiro Pereira que, infelizmente, nos deixou em 1974. Quero lembrar os
que hoje permanecem fazendo o orgulho do Rio Grande através da Rádio Guaíba, o
Flávio, o Mendes Ribeiro, o Milton Jung, Amir Domingues, aquele que herdou a
música estilo Guaíba que o Osmar Meletti criou, Fernando Veronese.
Hoje, para mim, é um dia de emoção, daqueles dias que é um dia de
muitos dias, um dia que se reproduz, que é grande, que não termina, assim como
a Rádio Guaíba. Quero, ao final de minhas palavras, que muito longe fica de
tudo aquilo que o meu coração gostaria de expressar nesta data, de dizer que,
hoje, a Rádio Guaíba é uma garantia de liberdade de imprensa, a Rádio Guaíba é
um patrimônio dos gaúchos e esse patrimônio nunca vai ser alienado. A Rádio
Guaíba é uma instituição que caminha junto com a cidadania do povo de Porto
Alegre, do povo gaúcho e do povo brasileiro. Quero chamar atenção para a
importância que a Rádio Guaíba, os órgãos de comunicação da Caldas Júnior dão a
todos os acontecimentos sociais, políticos, econômicos de Porto Alegre, coisa
que outros órgãos não fazem. Parabéns Dr. Carlos, parabéns aos funcionários que
aqui lembro, tão humildes quanto brilhantes, como Joabel Pereira que aqui não
foi citado, como Aroldo de Souza que conduz as programações esportivas da Rádio
Guaíba. Sou um “guaibeiro” e hoje me sinto também de aniversário. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Sônia
Santos que cede o seu tempo ao Ver. Fernando Záchia.
O SR. LUIZ FERNANDO ZÁCHIA: (Saúda os componentes da
Mesa.) Primeiramente, agradeça à Vera.
Sônia Santos pela cedência do seu tempo
e falarei em nome da Bancada do PMDB e do PTB. Por diversas vezes, a Rádio
Guaíba, aqui nesta Casa , já deve ter sido homenageada ao longo dos seus 40
anos, em outras ocasiões, em outros aniversários. Enquanto os Srs. Vereadores
falavam, eu ficava refletindo sobre essa relação Câmara Municipal com Rádio
Guaíba, além de simples homenagem pelo aniversário, evidentemente que merecido,
que era uma coisa mas profunda nessa relação e pensando, me questionava e me
convencia que para nós Vereadores, esta Tribuna, aqui onde nós expressamos o
nosso posicionamento político, toda a nossa independência, tem muito a ver com
a Rádio Guaíba.
Ao longo dos seus 40 anos e o Ver. Juarez Pinheiro dizia que é um
“guaibeiro”, e muitos de nós aqui somos “guaibeiros”, talvez a mais marcante
característica da Rádio Guaíba é a sua independência, sempre ao longo desse
tempo, em todos os segmentos, políticos, econômicos e esportivos ela sempre
teve essa independência. É uma linha que vem dos funcionários antigos e nós temos
aqui alguns representantes, aos novos funcionários, aos seus colaboradores, aos
seus parceiros. Talvez, muitos procuram essa parceria, Dr. Carlos, pela
independência. Nós sempre manifestamos a nossa independência política e
encontramos na Rádio Guaíba o maior exemplo dentro da radiofonia que é a
independência na sua linha. O meu saudoso pai, amigo do Flávio, sempre que
dizia para nós, quando éramos pequenos, ligar o rádio, para ele era “liga na
Guaíba”. Sempre que havia algum fato, alguma coisa importante, quando a família
se reunia para ficar ouvindo a Guaíba e gostando da Guaíba.
Tive, depois, num momento como dirigente de futebol do Internacional,
uma relação com a Rádio Guaíba onde pude constatar essa lisura nas suas
relações. Em viagens, em momentos de conveniência um pouco maior com os seus
profissionais, vimos sempre aquela dedicação um pouco acima da normalidade,
sempre aquele amor dos seus profissionais por sua empresa.
Então, Dr. Carlos, esses 40 anos que a Câmara de Porto Alegre - que é a
Casa do povo - homenageia, uma Rádio que é um instrumento do povo, sempre, ao
longo desses 40 anos, é a Rádio Guaíba. Ela é tudo isto porque depende muito
dos seus funcionários e dos seus colaboradores para ser o que é. Meus parabéns!
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco cede
seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo, que está com a palavra.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Vou falar para vocês de uma época inesquecível. A
época era “jusceliniana”. A época da bossa nova, da industrialização, de
substituição e de uma explosão imensa de progresso no País. É também
inesquecível porque pairava no ar, de repente, não mais do que de repente, uma
voz discreta no seu estilo, experimental, com extremo bom gosto, mas já era uma
voz potente, um som enxuto e quente como se viesse do fundo da alma do Rio
Grande. Voltada para a cultura, para o jornalismo, para o lazer, para os
esportes e aqui, para contrapor, eu quero dizer que sei que a Guaíba descreveu
todas as glórias do glorioso desporto nacional e seguindo a sua senda de
vitórias, o Sport Club Internacional, eu ouso, inicialmente discordar do
“Major” Arlindo Pasqualini, quando dizia que não havia o empreendimento de luxo
das programações. Não! A inauguração da Guaíba foi um luxo. Foi espetacular.
Nós todos nos reunimos na rua da Praia esperando aquela transmissão
Internacional com som local, como se estivéssemos ouvindo uma transmissão
dentro da Cidade de Porto Alegre. Isso nos encantava. E esse foi o encanto de
nossa adolescência. De noite, quase de madrugada nós ouvíamos um programa
chamado “Tangos e Boleros”. De tarde tinha um programa chamado “Discorama”, de
um baixinho careca e de olhos verdes chamado Osmar Meletti. Pouco antes, uma
das músicas mais delicadas que ouvi na minha vida, uma voz de um soprano
magnífico, música de Bach, anunciava o comentário da Ivete Brandalise. E o
Sérgio Jockmann, dizia: “Enquanto isso ou lhes digo até amanhã”. E o dia seguinte
vinha outro comentário competente.
Ah, meu Deus, o que fez a competência na Rádio Guaíba em que tínhamos o
som presente de algumas guerras modernas que ocorreram neste século. Nós
ouvíamos o som da guerra através do som da Guaíba. Ouvimos o som da paz, da
confraternização, através da voz o Mendes Ribeiro que, quando o Brasil ganhava,
dizia para o juiz que nem a vovozinha do juiz ia buscar aquela bola no fundo
das redes de nossos adversários. “Deus não joga mas fiscaliza”. Um dia Porto
Alegre parou. Parou de tristeza, porque no meio de um jogo do Inter anunciaram,
em pleno Estágio Beira-Rio, que morria Pedro Carneiro Pereira a voz mais
competente do esporte gaúcho. A Cidade como que parou. Foi substituído pela
competência do Armindo Antônio Ranzolin. Lembro-me dos antigos comentaristas,
como o Antônio Carlos Porto; lembro o Roberto Eduardo Xavier. Lembro dos
responsáveis por aquele som maravilhoso, quando havia uma família inteira
dedicada, a família Krebs, como Alcides Krebs e seus filhos e irmãos trabalhando
na técnica do som, como Celso Costa, o Luiz Pirret e tantos outros.
Sobre esse espírito da Rádio Guaíba certamente o Mário Quintana diria
que “pairam nessas ondas hertzianas”... E hoje temos - nós, “guaibeiros”, como
disse o Juarez Pinheiro, meu querido colega da Câmara - para curtir muitas
dessas pessoas, como o Flávio, o Galvani, o Amir, em nosso esporte, à noite,
com o Luiz Carlos Rech, com a Maria do Carmo que está começando, todo esse cabedal, este acerto de cultura, de
informação, de jornalismo, que fez com que a Rádio Guaíba se miscigenasse
definitivamente com o Rio Grande do Sul e o seu povo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Adeli
Sell.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Clovis
Ilgenfritz; Sr. Vice-Prefeito José Fortunati, Dr. Carlos Ribeiro, demais
integrantes da Mesa, minhas Senhoras e meus Senhores.
Da minha distante, pacata e pequena Cunha Porã, do Oeste de Santa
Catarina, comecei a conhecer o Rio Grande do Sul, a capital dos gaúchos, Porto
Alegre, os times de futebol daqui, a sua política, através das ondas da Rádio
Guaíba. Falo não apenas em meu nome pessoal, mas também em nome do Ver. Carlos
Garcia, da Bancada do PSB, para dizer parabéns Rádio Guaíba, parabéns a todos
aqueles que nesses anos construíram esta emissora e sua imagem. Foi pela Rádio
Guaíba que conheci as diferenças político-ideológicas deste Estado. Lá,
distante, em outro Estado, fiquei sabendo que, aqui, havia partido diferentes,
combates; fiquei sabendo sempre por esta Rádio de coisas que ocorriam pelo
mundo afora.
Esta Rádio me ensinou o que hoje espero que todas as rádios, todos os
meios de comunicação façam e tenham como princípio ético e moral: pluralidade,
diversidade, capacidade de ter em seu quadro de funcionários pessoas com
pensamentos ideológicos diferenciados, respeito de seus superiores em relação a
essa diversidade, essa pluralidade que é a nossa sociedade. É por isso que nós
queremos, nesta data importante de quatro décadas da Rádio Guaíba, dizer que
hoje deve ser um marco daquilo que precisamos cada vez mais insistir e discutir
em nossa sociedade: a importância dos meios de comunicação, sempre quando eles
estão abertos à cidadania, às coisas que acontecem no mundo, no País, no
Estado, em nossa Cidade.
Queremos, com esta homenagem, cada vez mais render homenagem a esse
espírito coletivo de trabalho, a esta busca incessante de qualificação da
informação, para que todas as pessoas que ouçam a Rádio possam estar bem
informados, diversamente informados e, portanto, tendo sempre a possibilidade
de ter maior capacidade de discernimento sobre as coisas que acontecem ao seu
redor.
Este dia, 30 de abril, que é um marco para a Rádio Guaíba, que seja
também um marco para que, daqui a outros 40 anos, se voltem os olhos para o
passado e se possa dizer que nós registramos aqui nesta Câmara de Vereadores a
importância de um tipo de comunicação, de uma marca de como deve se relacionar
uma emissora de rádio, que é uma concessão do serviço público e, como tal, ela
deve servir ao público.
Neste sentido, nós enfatizamos a importância da trajetória daqueles que
passaram por essa rádio, que deixaram o seu registro, a sua marca, e os que
hoje, ali trabalhando, estão seguindo os mesmos ditames. Os ditames de Alberto
Pasqualini, que tem, na Faculdade de Comunicação de PUC, o seu Centro Acadêmico
para cada jovem que ali ingressa referenciar-se naquele que foi um dos marcos
da Rádio Guaíba. Não vou nomear outros para não fazer injustiça, porque nós
também queremos que aqueles que passaram e os que hoje estão, sejam cada vez
mais o exemplo daqueles que hoje e amanhã entrarão nessa emissora.
Aqui rendemos a nossa homenagem pessoal, deste Vereador que vem de uma
cidade pequena de outro Estado, mas que aprendeu a conhecer muitas coisas do
mundo através dessa emissora. A homenagem é minha e também do Prof. Carlos
Garcia, do PSB. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni
está inscrita e cede seu tempo para o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da
Mesa.) Meu caro jornalista emérito Flávio Alcaraz Gomes, - e abraçando-o abraço
todos aqueles que criaram a grande rádio do Rio Grande.
Quarenta anos são 14 mil 610 dias, ora 14 mil 611, com o dia de hoje. O
tempo é importante, n a vida das pessoas, à medida que ele passa as pessoas
decrescem de força, adquirem mais experiência, mas sua atividade é menor. Com a
Rádio Guaíba é diferente, ao longo de 40 anos ele cresceu, cada vez tornou-se
mais interessante, mais importante e há de continuar sendo assim, porque as
entidades eu crescem com o tempo se fortalecem muito mais.
Quando a Rádio Guaíba fez 15 anos, eu fiz um pronunciamento, nesta
Casa, e lerei alguns trechos. Se eu li aos 15 anos da Rádio Guaíba e achei que
deveria ler aos 40, é porque ela merece mais do que aquilo que foi lido aos 15
e isto é bastante importante. (Lê.)
“Os homens plantaram estrelas no céu. A tecnologia lançou, no espaço
sideral, os satélites que dão flexibilidade às comunicações, na magia
extraordinária da melhor convivência dos homens na terra.
Hoje, o mundo não tem distâncias no setor da comunicação social.
No jardim estelar do Universo, as estrelas artificiais, aproximam os
homens, reforçam amizades entre as Nações, reafirmam princípios de
solidariedade e dirigem o mudo para a Paz, infelizmente ainda não alcançada.
Em abril de 1957, nascia da inteligência e da visão larga dos
forjadores da Cia Jornalista Caldas Júnior, a RÁDIO GUAÍBA. Sem medo de errar,
foi ela a desbravadora, a pioneira no quadro que hoje deslumbra e envaidece. A
Rádio menina-moça, com seus quinze anos de notável atividade vislumbrou o
caminho que hoje se cruza e plantou as sementes do que hoje se colhe.
Foi seu primeiro Diretor uma das mais claras inteligências
jornalísticas esta terra: Arlindo Pasqualini, o “Major” de seus amigos, o
adorado chefe da Rádio Guaíba. Na direção atual, contam-se os eméritos
jornalistas Breno Caldas. Ediberto Degrazia e Francisco Antônio Caldas. São
homens que dispensam adjetivos, pois suas realizações são provas sobejas das
capacidades de cada um.
No seu constante trabalho público, na busca incessante da motivação da
solidariedade humana, a Rádio Homenageada realizou e pratica, até hoje,
relevante trabalho. Só para exemplo e registro, lembramos que, em 1963, no
programa Flávio Alcaraz Gomes, em apenas 8 horas, motivou o povo e conseguiu
recursos para dotar o Hospital de Pronto Socorro da Municipalidade de moderna
aparelhagem de Raio-X, dando condições àquele Hospital de continuar prestando
os bons serviços ao público da Capital”.
Lembro-me, também, que, em 1957, os técnico-científicos da Prefeitura,
contrariados com o trenzinho da alegria, que era um grande trem que a Câmara
analisava a pedido do Executivo, se dirigiram à Rádio Guaíba e falaram com o
seu Diretor, Mendes Ribeiro, colocaram o problema, e com algumas notícias da
Rádio Guaíba, o trem descarrilou. E também, ninguém pode esquecer que a Rádio Guaíba mudou a história do País,
quando da Legalidade, tomando conta da Rádio, na época, o Governador do Estado.
Eu lembro quando o Dr. José Loureiro da Silva dizia: “Agora, sim, ele venceu o
movimento dele, tomou a Rádio Guaíba e o movimento está vitorioso”.
Por tudo isso, a Rádio Guaíba, cuja homenagem hoje se presta nesta Casa
do Povo, também plantou a sua estrela na constelação artificial do Universo.
Ela desbravou, revolucionou e no seu ensinar divertindo, vislumbrou em 40 anos
o que seria o mundo das comunicações de hoje. É claro que precisamos homenagear
os seus diretores: Carlos Bastos Ribeiro, Renato Bastos Ribeiro e todos aqueles
que fazem da Guaíba a grande Rádio que ela é. Não podemos esquecer de
homenagear também aqueles todos milhões de ouvintes que ela têm. Ao longo de
todo o Brasil, e que são a razão de toda a sua existência. Sucesso continuando
para a nossa querida Rádio Guaíba. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, prezado Vice-Prefeito José Fortunati, um amigo muito especial, Dr.
Carlos Bastos Ribeiro, Desembargador Cacildo de Andrade Xavier, demais
representantes aqui na Mesa, prezados companheiros da Rádio Guaíba que aqui se
encontram, especialmente, o Dr. Carlos. Ser o último nessa série de homenagens,
evidentemente, seria um desafio absolutamente intransponível, se a homenageada
não fosse à Rádio Guaíba. Aqui eu falo, não apenas no meu nome particular, mais
também em nome da minha companheira Anamaria Negroni, que cedeu seu tempo ao
Ver. Dib. E até me sinto honrado, porque, se sou o último , tenho uma suspeição
é, ao mesmo tempo, uma vantagem. Afinal de contas, acabei convivendo não apenas
com o “Correio do Povo” ao longo de 17 anos, e, por força dessa conveniência,
também com a Radio Guaíba.
O Flávio, hoje, relembrava o surgimento da emissora e explicava a um
ouvinte o porquê de “Rádio Guaíba”. O nome lembra o do Município de Guaíba, por
força da legislação que proibia haver mais de três emissoras com sede em Porto
Alegre. Talvez o Flávio tenha que fazer a pesquisa para saber de onde nasceu o
neologismo que o Ver. Juarez Pinheiro mencionava há pouco: “guaibeiro”.
Certamente, não deve estar diretamente vinculado à idéia do cidadão de Guaíba,
ou do barqueiro que atravessa as águas do rio, mas deve estar ligado àquele
radiouvinte que “navega” - para usar o termo tão popular graças à Internet - na
onda do rádio, essa onda que é realmente miraculosa, algum coisa absolutamente
fascinante.
Em quarenta anos de Rádio Guaíba, criou-se um exército de “guaibeiros”.
É fantástico quando se fica ouvindo os programas mais diferentes, pode ser no
horário matinal com o Flávio, ou à noite, com o Rech e a equipe de esportes, e
entra uma ligação telefônica e um sujeito falando do interior de um estado
distante e até mesmo de um outro país. Quando se vai de carro a um município
distante na companhia permanente da Guaíba, ou até a um outro estado, é curioso
que, tendo um rádio, vai-se direto no dial para sintonizar a Guaíba. Sintonizar
naquele espaço e não encontrar a Guaíba torna-se um vazio pela poluição sonora
que se encontra em outras emissoras de outros estados, de outras cidades. Há um
som, há uma maneira de ser da Guaíba que justifica esse neologismo “guaibeiro”:
quem chega naquele espaço do dial não se afasta mais.
O Ver. Juarez Pinheiro relembrava o “Teatrinho Cacique”, e eu não vou
perder para ele. Ele deve saber que quem escrevia o “Teatrinho Cacique” era o
Sérgio Jockmann. E, talvez, a nossa atração, Ver. Juarez Pinheiro, tinha sido o
Mágico de Oz. Quem não ouviu o Magico de Oz, no Teatrinho Cacique? Acho que foi
a primeira novela que ouvi, na minha vida, em rádio, porque as outras eu achava
muito chatas, naquela idade.
Cada nome aqui mencionado a gente tem que lembrar uma contribuição
muito específica. Todo mundo sabe da importância do Veronezi, em relação à
discoteca da Guaíba, mas eu acho que todos nós não esquecemos uma experiência
muito curiosa que o Veronezi desenvolveu em conluio com a “Folha da Tarde”, que era “A Guaíba ensina o sucesso”. A
gente escrevia para a Rádio, pedia uma música, a música era rodada e, no outro
dia, saía a letra da música. E lá íamos nós, de tesourinha, recortar a “Folha
da Tarde”, fazer o álbum com as letras das músicas. É do tempo da “Dominique”,
o Fortunati deve lembrar disso; vinham músicas de toda a Europa e, às vezes, a
gente queria treinar o idioma, o espanhol, o inglês para enganar as gurias,
e Veronezi - tinha o “Al di La”, lembra
o Sebenelo, ele deve ser mais velho do que eu - colaborava com isso. Certamente
muitos de nós, adolescentes daquela época, devemos ao Veronezi termos podido
dizer uma frase fantástica daquela música da moda, porque a “Folha da Tarde”
tinha publicado através do programa “A Guaíba ensina o Sucesso.”
Do Meletti, que foi aqui relembrado, eu queria chamar a atenção,
sobretudo, de que talvez a sua grande
importância tenha sido - a partir da Rádio - a sua vinculação com os festivais
de música popular, junto da Faculdade da Arquitetura. Marcou época nos anos
sessenta e com conseqüências que, na verdade, perduram até hoje. Se nós temos,
hoje, compositores e grandes intérpretes de música popular no Rio Grande do
Sul, sem dúvida nenhuma, devemos àquela iniciativa maluca e absurda que o
Meletti abraçou com a gurizada da Arquitetura da UFRGS, que foram, exatamente,
os festivais de música popular e que se tornaram um referencial.
Queria lembrar, aqui, o Milton Jung e o que, ainda hoje, é a marca do
Milton como locutor - e o Lauro vai lembrar disso, sem dúvida - que é a
interpretação dramática que ele dá à notícia. No período pós 1964, a gente
vibrava com a interpretação às vezes crítica, às vezes irônica, que o Milton
dava a uma determinada informação. Quando ela era muito oficial, ela ganhava um
tom de ironia; quando ao contrário, podia noticiar um fato da oposição, aí
tinha um entusiasmo quase de um hino que se transmitia através das ondas da
Guaíba.
Mas havia o Paulo Fontoura Gastal, que criou espaço importante no final
da manhã, com informações sobre cinema, ele que tinha toda a história dessa
área na Folha da Tarde, como Calvero, no Correio do Povo, como crítica. Ele
criou espaço de informação sobre filmes e música de cinema, na maioria das
vezes trazendo discos estrangeiros, originais, que vinham com as produções,
através das distribuidoras, permitindo que isso fosse veiculado através da
Rádio.
Queria chamar a atenção para uma experiência particular minha, nos
tempos em que estive fora do Brasil, no Canadá, de 74 a 75, ou ainda antes, com
o Coral 25 de julho , quando nós fomos à Alemanha, ou mais recentemente, numa
viagem à Milão, quando acabei misturando-me com a equipe da Guaíba, na Copa da
Itália, sobre a função dos técnicos, o Miguel Giusepe, já falecido, que era
representante da Colônia Italiana, o Rudi Petry, representante dos germanos e o
Cláudio Remião, o legítimo brasileiro. Esse triunvirato, a gente acabava
ouvindo-os, quase que a madrugada inteira, porque para fazer um boletim pela
manhã, do exterior, a gente tinha que fazer a sintonia uma hora antes ou
garantir a chamada do boletim, pois naquele tempo não havia satélite, era no telefone
internacional, com auxílio de telefonista. E já na Copa do Mundo, agora o Dr.
Carlos sabe, porque passava as madrugadas acompanhando a equipe, aqui em Porto
Alegre, o pessoal ficava acordado vendo um canal italiano de televisão famoso,
pois há moças que aparecem a madrugada inteira, que mantém a gurizada acordada,
e entrava a programação em gravações para entrar logo na programação e das 5 ou
6 da manhã garantir o noticioso que, depois, alimentava todo o dia da Rádio
Guaíba. São coisas que os ouvintes não se dão conta, mas que são fundamentais
para justificar a Rádio, que faz com que a Guaíba seja um time que veste a
camiseta.
Mencionava aqui, o Ver. Adeli Sell, a importância da Rádio Guaíba,
inclusive como um espaço que não é alternativo, porque não é pequeno, mas que é
um espaço profundamente importante, de uma outra visão das coisas, capaz de se
tornar a voz dos cidadãos de modo geral.
Por tudo isso, Dr. Carlos, companheiros Vereadores, companheiros da
Guaíba, acho que não é a Guaíba que está de parabéns, embora os mereça, mas
somos nós, em Porto Alegre, que estamos de parabéns por termos tido a
oportunidade de sediar na Cidade uma emissora como a Rádio Guaíba. São 40 anos
da emissora, certamente, e o Ver. João
Dib fez o cálculo dos dias, e o diria que são centenas de milhares de pessoas
envolvidas, enquanto ouvintes, anunciantes, empresas anunciadas, profissionais
da comunicação, funcionários de outros segmentos, que fazem com que a Rádio,
realmente funcione e chegue a todos nós.
Pioneirismo é pouco para falar na Rádio Guaíba, acho que, sobretudo, a
idéia de vanguarda, no sentido de que a história da Rádio Guaíba foi sempre uma
ampliação de uma abertura de horizontes, e a isso deve-se o nome e a imagem que
todos nós temos da Rádio Guaíba, que faz com que tantos, aqui, tenham feito
questão de manifestar-se no dia de hoje.
Esperamos que, de fato Dr. Carlos, a Rádio continue sendo a nossa Rádio
Guaíba, porque sendo nossa, ela vai continuar sendo a Guaíba como foi a imagem
e o objetivo criado desde o primeiro dia, quando da sua inauguração. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente. (Saúda os
demais componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, demais presentes, jornalistas,
homens da comunicação social. Homenageando um, refiro-me a todos os demais
presentes e ausentes a este ato: o Jornalista Flávio Alcaraz Gomes. Vejam, os
senhores, nesta tarde estamos esgotando todas as possibilidades regimentais
para saudar a Rádio Guaíba. Eu não estava inscrito para falar, mas encontrei um
mecanismo regimental, que é através da Liderança, para ter oportunidade de me
manifestar neste ato tão importante para a Cidade, para o Estado, tão
importante para a democracia, que é homenagearmos a nossa querida Rádio Guaíba.
Em um determinado momento, quando as incompreensões e o momento
histórico se abaterem sobre a Cia. Caldas Júnior, quando o Correio do Povo,
essa instituição nossa, deixava de circular, nós queríamos, na Câmara Municipal
de Porto Alegre, uma Sessão Solene para homenagear o Correio do Povo. E se
dizia: ”Mas que Sessão mais surrealista esta! O Correio não está funcionando!”
Dizíamos, na oportunidade, que o Correio era uma idéia, era uma filosofia e que
envolvia toda uma espiritualidade que representava a história e os interesses
da Cidade e do Rio Grande do Sul. Então, há, no meu entender, momentos
importantes na vida dessa instituição empresarial e humana onde se esgalha a
Rádio Guaíba, o Correio do Povo e a TV Guaíba. Momentos importantes que vêm de
Caldas Júnior a Breno Caldas e de Breno Caldas a Renato Ribeiro e Carlos
Ribeiro.
São momentos importantes, porque, naqueles momentos difíceis da hora
brasileira quando se pretendia garrotear as liberdades, a Radio Guaíba foi o
palanque da democracia e ali se fez aquele momento histórico da Legalidade.
Talvez ali, meu caro Flávio, tenha ficado algo não muito bem resolvido, porque
anos depois, por pequenos detalhes, porque também não se dobrava a empresa,
sobre a Caldas Júnior houve uma verdadeira tempestade. Mas, felizmente, um
grupo representado por esse grande empresário, que se chama Renato Ribeiro,
toma as mãos essa instituição e a vem conduzindo até os dias de hoje da forma
mais magnífica possível. Inclusive balizando o melhor caminho na hora presente
da vida do nosso Estado e da vida brasileira.
Então, não poderia me calar nesta tarde, e aqui estou para desejar à
Rádio Guaíba, aos seus funcionários, aos seus comunicadores, a sua Direção, que
ela continue nesta trilha, porque é o melhor caminho, é a trilha da verdade, é
a trilha que nos vai mostrando os rumos nesta hora tão conturbada, nesta hora
tão difícil por que passa o Estado e, de resto, o País.
Portanto, recebam, os dirigentes da Rádio Guaíba, o Dr. Carlos, os seus
funcionários, o nosso abraço e a certeza de que a Guaíba, que é a parte
integrante a história do Rio Grande, que a Guaíba, sim, haverá de continuar
defendendo, como vem defendendo, os interesses do Estado, os interesses do seu
povo, enfim, os interesses o Brasil. Fica aqui a nossa manifestação de carinho,
de admiração e de respeito pela fidelidade e pela palavra indiscutível que a
Guaíba traz, diariamente, por todos os seus segmentos de informação, esta
palavra correta, esta palavra sincera e esta palavra de verdade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Temos a honra de oferecer a
palavra ao Exmo Sr. Vice-Prefeito José Fortunati.
O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Um povo
constrói a sua identidade também a partir da narrativa que faz de si próprio.
Quando contamos as nossas histórias, quando registramos os nossos fatos, quando
os divulgamos, estamos também construindo a nossa identidade como o povo, como
cidadãos. A Guaíba teve e tem uma importância bem conhecida, mas talvez ainda
pouco avaliada, na construção do nosso Estado, na construção do nosso País.
Alguém duvidará disso? Emissoras de rádio há muitas, mas qual delas manteve, da
sua fundação até os dias de hoje, um perfil como a da Guaíba? Qual das outras
pode dizer que manteve um perfil definido, uma linha reconhecida, algo quase
inimitável, estilo Guaíba? Ora, quem , ao longo de 40 anos, consegue manter um
perfil, uma linha reconhecida, um estilo, só consegue mantê-lo por uma razão:
obteve, cultivou e mantém um patrimônio fundamental para os meios de
comunicação; esse patrimônio chama-se credibilidade. E quando um meio de
comunicação, uma rádio conquista, por 40 anos, credibilidade, é uma prova
incontestável de que cumpriu a sua missão, de que trabalhou bem. Por isso a
Guaíba estabeleceu e ainda estabelece diretrizes para o setor de comunicação. A
Guaíba fez escola e continua fazendo. Seus programas jornalísticos, esportivos,
musicais ditam e inspiram procedimentos às demais emissoras.
Por isso registramos, em meu nome, em nome do Prefeito Raul Pont,
nossas homenagens aos seus fundadores, à família Caldas, ao Engenheiro Simon, a
Celso Costa, a Arlindo Pasqualini, nossas homenagens aos precursores, muitos
ainda atuando na Emissora, como o guerrilheiro da notícia Flávio Alcaraz Gomes,
ao Deputado, meu colega de Câmara, Mendes Ribeiro, Amir Domingues, Walter
Galvani, entre outros. Nossas homenagens à família Ribeiro, cujo discernimento
social e ousadia empresarial viabilizaram a permanência da Guaíba e do complexo
jornalístico Caldas Júnior entre nós. A Guaíba se insere, com brilhantismo,
entre os meios de comunicação que permitem ao povo construir a sua identidade
da maneira mais isenta e democrática possível. Longa vida à Rádio Guaíba! Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A seguir, ouviremos, com
muita honra e satisfação, a palavra do Dr. Carlos Alberto Bastos Ribeiro,
Diretor da Rádio Guaíba.
O SR. CARLOS ALBERTO BASTOS
RIBEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa.) Em nome da
direção da Rádio Guaíba e em nome do Presidente da Empresa Renato Bastos
Ribeiro, em nome de seus funcionários e de todos que lá atuam, eu gostaria de
registrar o nosso agradecimento por esta homenagem que a Câmara Municipal,
hoje, presta à Rádio Guaíba, na data em que completa 40 anos de atividade.
Quero registrar também a nossa satisfação em poder, aqui comparecendo,
assegurar a V.Exas que essa linha que a Rádio Guaíba mantém desde sua fundação,
uma linha que contempla uma atividade independente que defende sobretudo a
democracia, o pluralismo e o bem-estar econômico e social da nossa população,
será mantida acima de qualquer outra consideração. Todos os funcionários que lá
trabalham desde a sua fundação - temos ainda quase uma dezena deles em
atividade - estão empenhados em fazer o melhor possível, somando a muito
esforço o seu talento e assistidos pela melhor técnica possível. Temos o
orgulho de manter a Rádio Guaíba trabalhando o
mais atualizada tecnologicamente possível nos dias de hoje. Temos, há
mais de um ano, retransmissoras via satélite em todo o Estado e algumas em
Santa Catarina.
Agradeço, mais uma vez, esta homenagem que a Câmara presta à Rádio
Guaíba. Preciso lembrar ainda que a Rádio se orgulha de ter uma legião de
chamados “guaibeiros”, que são os que nos dão sustentação com o prestígio de
sua audiência. Muito obrigado a V.Exas, e podem contar com a cobertura da Rádio
Guaíba nos seus trabalhos diários, como tem sido feito nessas quatro décadas.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar o
recebimento de dois telegramas. Um da Deputada Maria do Carmo Bueno; e outro do
Dep. Bernardo de Souza.
Pelo nosso regimento, o Presidente não fala. De fato, considero que fui
muito bem representado. Todos os Senhores Vereadores que falaram expressaram
aquilo que gostaríamos de dizer.
Permito-me apenas citar que numa entrevista que concedi, há poucos
minutos, antes de começar a Sessão, eu fiz uma homenagem a todos os
funcionários, aos Diretores, aos fundadores, ao quadro dirigente atual na
pessoa do Arquiteto, - posso chamar assim, - do colega Carlos Ribeiro e Homero
Carlos Simon, que várias vezes foi citado aqui. Quero dizer, também, que vou
fazer a citação de um conterrâneo, que, hoje, está naquele intervalo dos
programas do Walter Galvani e do Armando Burd, o Nebor Couto, além do Flávio
Alcaraz que já foi tantas vezes citado aqui.
Cheguei em Porto Alegre, em 1957; logo, sou um mês porto-alegrense mais
velho que a Guaíba. Cheguei em março. Desde que cheguei, não sei ligar o Rádio
a não ser na Guaíba. Até os meus filhos perguntam por que eu só ligo na Guaíba.
E, aí, quando eles vêem porque eu só ligo na Guaíba, eles começam a ligar
também, e embora eles usem muito as FMs. Quero dizer que, desde que começamos a
ouvir a Guaíba, temos tido a felicidade de viver em alta fidelidade! Mais uma
vez, nosso agradecimento aos componentes da Mesa, ao Sr. Vice-Prefeito, às
Autoridades, ao Dr. Carlos, a todos um grande abraço.
Queremos comunicar aos Srs. Vereadores que estarei, junto com o Ver.
Isaac Ainhorn e com o Sr. Vice-Prefeito, dentro de alguns minutos, no Mercado
Público, determinando a abertura do mercado público em alguns domingos como
experiência, ainda este ano.
Nós suspendemos os trabalhos para despedidas.
(Os trabalhos foram suspensos às 16h10min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum
- às 16h15min): Estão reabertos os trabalhos. Está com a palavra o Ver. Pedro Américo
Leal, para Comunicação de Liderança.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ontem houve um encontro muito importante na rádio Pampa;
representes da Administração Popular, Governo do Município, acompanhado pelo
Ver. Adeli Sell, e dirigentes do Instituto Espírita Dias da Cruz estavam
presentes. Quem não conhece a obra o Instituto Espírita Dias da Cruz? Que se
apresente aqui, agora. Quem não ouviu dizer de seus trabalhos junto à
comunidade sofrida, pobre e desamparada? Há noventa anos mantém um albergue
noturno com capacidade para cem mendigos, com jantar e café da manhã, e a
Prefeitura enviou uma notificação para a reversão dessa doação. Aqui eu tenho
essa notificação.
É claro que entendemos o momento sensível por que a Prefeitura passa ao
enviar essa notificação. Entidade espírita que mensalmente, com sacrifício,
oferece três mil e oitocentos refeições e mil e novecentos leitos. Ao longo de
sua existência, já ofereceu um milhão e quinhentas pernoites, três milhões de
refeições. Pois tudo isso está ameaçado pela Prefeitura por a Entidade ter
cometido um erro, uma travessura de alugar uma ponta de seu terreno para uma
revendedora de automóveis; só que esse dinheiro paga 30% das esmolas que essa
Entidade oferece a todo a Porto Alegre, a todo o Rio Grande, abrigando aí a
Casa do Pequenino. Quem não conhece a Casa do Pequenino? São crianças pobres do
1º e 2º anos primários que revezam o seu tempo entre a escola e o abrigo,
enquanto as suas mães trabalham. Ora, Município de Porto Alegre, você tem que
ser sensível ao trabalho que faz a entidade Espírita Dias da Cruz! Eu não me
levantei da minha poltrona para falar aqui em vão: eu me levantei, - coisa que
não faço muito freqüentemente, - profundamente contrariado e manifestei isso na
rádio quando, em entrevista com os membros da Prefeitura de Porto Alegre e da
Entidade, eu tinha a assessorias do Ver. Adeli Sell, aliás um homem muito
sensato que representou muito bem o PT, explicando as razões jurídicas pelas
quais o PT apresentou essa tentativa de reaver o terreno. Além da Casa do
Pequenino, eles têm o Recanto do Pequenino. É um edifício quase caindo aos
pedaços, sustentado pelos espíritas que procuram fazer das tripas coração para
cumprir a missão.
Temos que ser sensíveis a isso, o PT, o Município de Porto Alegre. Não
se engajem nessa luta. São 160 crianças que recebem 5 refeições; ao todo são
800 refeições. Na ânsia de ajudar mais gente, de cobrir os pobres, de disfarçar
a fome, a entidade Dias da Cruz cometeu um erro, sim, cometeu um erro. E daí?
Alugou um terreno, um apêndice, um canto do seu terreno e por isso recebeu uma
notificação para que a Prefeitura tenha a possibilidade de reaver a doação.
Ora, meus amigos, não é no tribunal do plano terreno que ocorre esta
ação, é no tribunal do plano espiritual. É lá que ocorre a ação, é no tribunal
do plano espiritual. E até chamei a
atenção de todo o público de que eu estava ali e nem sabia como. Mas, eu não
estava ali indiretamente, eu fui escalado por alguém para ir defender o
Instituto Espírita Dias da Cruz. A causa de inalienabilidade, termo de doação,
tem que ser desbordada Município de Porto Alegre. PT, não incorra nesse erro!
Pelo amor de Deus! Deram a Medalha de Porto Alegre no dia 26 de março
para a Entidade, e, agora, caçam com uma notificação? Como justificar isso? A
obra é maior do que erro! Reparam: a obra é maior do que o erro! E “o erro
constrói, alimenta, abriga e dá consolo aos que padecem”, como diz o poeta.
Então, meus prezados Vereadores do PT, eu chamo a atenção disto: não vamos
entrar nessa! Vamos procurar um subterfúgio, uma desculpa, uma justificativa
qualquer para o Instituto Espírita Dias da Cruz, mas vamos considerar de que este engano, esta travessura, essa
peraltice que os dirigentes fizeram não tem, absolutamente, nenhum valor, para
que o Instituto Espírita Dias da Cruz continue fazendo o bem.
Pela primeira vez eu infrinjo o Regimento, mas infrinjo com razão: para
conscientizar o PT para que se desligasse desse movimento. Esse movimento não
leva a nada. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo
Brum): Queremos
registrar, com pesar, o falecimento da sogra do Ver. Luiz Braz, Sra. Catarina
S. Nevar. O enterro será hoje, às 22 horas, no Cemitério João XXIII. O corpo
está sendo velado na Capela 5.
O Ver. Carlos Garcia está com a apalavra para uma Comunicação de
Liderança.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente. Srs.
Vereadores. Coincidentemente ao Ver. Pedro Américo Leal, vou me ocupar do mesmo
tema. Ontem à tarde estivemos visitando a entidade espírita Dias da Cruz. Já
havíamos recebido a visita da direção em nosso gabinete e fomos presenciar “in
loco” aquela obra já descrita pelo Vereador. Gostaríamos de fazer alguns
esclarecimentos que são importantes.
Hoje, às 14h30min, a direção do Dias da Cruz foi recebida pelo Sr.
Prefeito Raul Pont. Ontem, também, tivemos a oportunidade de receber em nosso
gabinete a visita do Vice-Prefeito Fortunati e colocamos a nossa preocupação
relativa a essa instituição.
Como disse o Ver. Pedro Américo Leal, essa entidade recebe todos os
dias 85 albergados. Um detalhe: durante os seus 90 anos, nunca fechou suas
portas nenhum dia, nem sábados, nem domingos, nem feriados. Acho que é algo até
inédito. Nunca fecharam.
Alem disso, são 160 crianças, e o total de refeições entre crianças e
albergados ultrapassa o número de mil.
Eles foram agraciados este ano com a Medalha de Porto Alegre. A
Diretora Alice Wolt nos relatava a preocupação de que eles realmente locaram o
terreno que faz divisa entre a João Pessoa e a Ipiranga para uma locadora de
automóveis. Ao mesmo tempo colocaram-nos que o Município fechou um albergue
recentemente. A FESC está fazendo um convênio.
Agora, começa a temporada de inverno, e o Governo do Estado faz a ronda
noturna e para lá são dirigidos todos os albergados. Então, fizemos uma
proposta ao Vice-Prefeito, nesta visão comunitária que a Prefeitura tem, de
construção, naquela esquina, de um novo albergue para possibilitar o aumento
dos albergados, e a Entidade aceitaria de bom grado. A Prefeitura está
aumentando a sua receita para proporcionar uma assistência social maior a
população de Porto Alegre . Talvez esta fosse uma saída. Nós entendemos que
aquela obra é uma obra meritória. O prédio, Ver. Pedro Américo Leal, foi
totalmente remodelado e existe há quarenta anos. Deixaram o quinto andar,
porque estava em condições precárias, mas do quarto andar para baixo é um
prédio exemplar.
Seria interessante que um dia os Senhores Vereadores verificassem a
qualidade e a presteza do trabalho desenvolvido por aquela Instituição que
vive, essencialmente de donativos.
Portanto, enfatizamos, novamente, a preocupação que o Poder Público tem
e está tendo - hoje o Prefeito recebeu esta Instituição - para realmente cuidar
a zelar por aqueles que mais necessitam. É uma obra essencialmente assistencial
e que vive de donativos da população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum passamos à
ORDEM DO DIA
O Sr. Fernando Záchia
(Esclarecimento): Pergunto a V. Exa.: quem está em representação neste momento? O Ver.
Clovis Ilgenfritz e o Ver. Isaac Ainhorn? Neste ato da assinaturas do protocolo
do Mercado Público, pergunto se estariam os dois representando a Casa?
O SR. PRESIDENTE: Os dois: o Prefeito e o Ver.
Isaac Ainhorn.
O Sr. Fernando Záchia: Por que o Ver. Isaac
Ainhorn?
O SR. PRESIDENTE: Por interesses políticos,
nobre Vereador.
PROC.0824/97 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o Prêmio
Literário “Érico Veríssimo” à jornalista Eunice Jacques. Urgência.
Parecer Conjunto
-CCJ e CECE. Relator-Geral
Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa). Não
havendo quem queira discutir, vamos colocar em votação. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.
Requerimento nº 103/97, de autoria do Ver. Ciro Martini, que solicita
Moção de protesto contra o Sr. Presidente da República devido ao Projeto de
Reforma Administrativa.
Em votação. Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Cyro Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, entendi não deixar passar em branco o fato concernente a esta Moção
de protesto contra o Sr. Presidente da República por causa da Reforma
Administrativa proposta por ele, através da qual ele objetiva revogar direitos adquiridos pelos funcionários
públicos ao longo de anos de reivindicações e de lutas.
Quando a reforma administrativa trata do teto, extra-teto, sub-teto,
nós até devemos concordar; evidentemente não podemos concordar que alguns
ganham salários extraordinários. O cidadão acha isso errado e injusto, e nós
também assim entendemos. O funcionário público de um modo geral, seja federal,
estadual ou municipal, também concorda que deve haver um teto para limitar o
salário. Mas aí é que está o problema. Quando o governo toca, pelos meios de
comunicação, o teto e o extra-teto, e há um debate geral, quer dizer que está
indo justamente para o caminho que o governo quer. O bode foi colocado na sala.
Mas o bode não é o teto, está em outro local. Onde estão os problemas que vão
atentar, as propostas que vão ferir frontalmente os direitos do funcionário
público? Estão na estabilidade, na paridade, na isonomia e em tantas outras
conquistas pelas quais o servidor público lutou durante anos. E agora ele se vê
em condições difíceis.
E o Governo propala, inclusive fora do País; puxa as orelhas dos
congressistas e de todos os políticos, porque quer fazer a reforma e os
políticos não agilizam o processo. Faz dois anos que está em discussão e não
sai. Ora, um congressista, um deputado, um senador que tenha consciência dos
direitos do funcionário público, obviamente não pode apressar, muito menos
concordar, com esse propósito de subtrair, de neutralizar, de tirar da
Constituição esses direitos. E a estabilidade é um direito contra o qual não há
como nos postarmos. Nós sabemos o que daí ocorrerá em razão da revogação da
estabilidade, isto é, os funcionários ficarão nas mãos dos políticos e poderá,
então, ocorrer injustiças.
A paridade é uma conquista, também, do servidor público. Ele pagou para
isso, ele tem direito adquirido. No Estado, todos contribuem ao longo de muito
tempo, e o Governador quer separar o ativo do inativo, com o que, em termos de
médio e longo prazo, e o funcionário não se dá conta disso, significa um
aviltamento, um rebaixamento, uma diminuição radical no salário do servidor
público.
A isonomia nem foi implantada e o governo do Sr. Fernando Henrique já
quer retirar. Isso tudo, sob o ponto de vista político, é um equívoco, uma
injustiça, mas as providências adotadas pelo Presidente da República, no
primeiro embate relativo à Reforma administrativa sobre uma proposta de menor
importância, perdeu. E, agora, ele arma seu esquadrão, ele prepara sua tropa de
choque comandada pelo famoso Ministro “Serjão”, e, inclusive, já estão
dispensando diretores, servidores, para atingir os políticos e, com isso,
amedrontá-los, coagi-los para votarem, buscando, apenas, resguardar os
interesses partidários, políticos, pessoais.
Além de tudo, fico abismado de ver a arrogância, o prevalecimento, a
prepotência de um Presidente da República. Por exemplo, Fernando Collor
cimentou sua campanha eleitoral para Presidente da República, desde os
primeiros momentos, em cima das costas dos funcionários públicos, culpando-os
das desgraças do povo brasileiro, enfatizando suas aleivosias na figura dos
marajás e na incúria dos servidores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra para encaminhar pelo PPB.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Na verdade eu não me surpreendi, ao subscrever um Requerimento do
Vereador do PT, porque, na verdade, estou enojado com este Governo.
Estabilidade, direitos adquiridos e paridade são três princípios que, pelo que
me lembro, devem ser respeitados. Onde estão os advogados? Onde estão os
Deputados Federais deste País? Onde está o Congresso que não brada, que não
reage? Um Congresso completamente anestesiado. O Presidente chega a conseguir
que os Deputados Federais votem contra os interesses monetários deles. O que é
isso? Uma ditadura civil? O Geisel, quando implantou o “pacote de abril”, ele
colocou no pacote que, para ser resolvido tudo, bastaria a maioria absoluta.
Ele poderia ter, perfeitamente, tocado em tudo. E não tocou em nada na
Constituição, a não ser nos interesses eleitorais de que precisávamos e que me
arrependo, pois sempre fui contra. Deixamos de eliminar os usineiros do Norte,
fomos buscar votos no Norte, no Nordeste, onde eles não têm crédito eleitoral
nenhum, movidos pelos seus próprios interesses. Eu estive lá durante um ano,
conheço aquela gente, e o Nordeste e o Norte do Brasil é o mesmo de 50 anos,
depois que eu passei por lá.
Isso não se modifica nunca. Eu vejo na televisão tudo o que assistia há
50 anos. Percorri tudo por dentro, nas caatingas, porque não tínhamos
locomoção. Éramos obrigados a fazer jornadas, atravessando campos com viaturas
militares. Ora, meus Senhores, o que vai ser do País? Onde está o Congresso?
Passei 31 telegramas, há cerca de um mês, aos Deputados Federais. Não me
responderam! V.Exas. pertencem a vários partidos políticos, podem verificar.
Passei um longo telegrama expondo todo o meu nojo, todo o meu asco pelo que
está sucedendo no País! O que pretendem? Aonde vamos parar? Os direitos não
estão sendo respeitados! Esse homem vai fazer uma nova Constituição sem ter
sido votada uma Constituinte! Não tem Constituinte, muito bem, mas ele está
modificando a Constituição. Chegou até a conseguir a sua reeleição! É a
toque de caixa, a galope! E fica tudo
por isso mesmo. Aonde vamos parar? O que nos espera?
Não digo isso com satisfação, nem com agrado, nem queria estar ocupando
esta tribuna para dizer o que estou dizendo, mas, tenho que reconhecer que esta
é a verdade. Ou V.Exas. não estão notando que tudo está-se encaminhando para
que o Presidente da Republica, sem Judiciário, sem Legislativo, faça o que
quiser? O que vamos fazer? Pertenci ao movimento militar - o que muito me
orgulha - discricionário, ditadura, como dizem alguns. Que ditadura? Se houve
descalabros é por conta de quem fez, eu não fiz! Mas, nós respeitamos a
Constituição, não modificamos o direito de ninguém; ninguém deixou de ter
estabilidade, ninguém deixou de ter paridade, ninguém deixou de ter os direitos
que adquiriu com sacrifício. Repentinamente, sujeitos a serem lesados. Não
valem mais! Mas como?! Que País é este?
Sem ter formação jurídica, me encontro atarantando, perdido,
completamente desnorteado porque estou vendo o meu País caminhar para uma
ditadura civil, onde o Congresso não oferece resistência e o Poder Executivo
faz o que quer! Sou grato. (Palmas.)
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Guilherme Barbosa está
com a palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, com exceção de uma pequena parte do discurso do Ver. Pedro Américo
Leal, quando se referia à ditadura militar, nós queremos trazer completa
solidariedade e assinar embaixo. Se alguém que conhecesse o Ver. Pedro Américo
Leal chegasse nesta Casa Legislativa, neste momento, acharia que era um
Vereador do Partido dos Trabalhadores que estava falando, porque há identidade
praticamente completa com o que S. Exa. expõe. Alguns, inclusive, usam a
palavra “fujimorização”,
para comparar a situação política de relação entre o Executivo Federal e o
Congresso, tal a forma com que tem governado o Fernando Henrique Cardoso, tanto
pela pressão político-econômica que tem feito com o poder da sua caneta e, ao
mesmo tempo, com o uso indiscriminado das medidas provisórias que foram
escritas na Constituição de 1988, como um instrumento de excepcionalidade, de
momentos de absoluta urgência para alguns atos do Executivo.
Se contarmos as medidas provisórias que são renovadas e com as que são
emetidas pelo Fernando Henrique, já dá uma média de quase duas por dia. Assim
vai a coisa.
Centrado no aspecto da Reforma Administrativa, quero repetir o que já
disse numa intervenção anterior nesta tribuna, que o Estado brasileiro, com
certeza, não está organizado da maneira que nós gostaríamos. Em muitas partes,
em muitos setores de algumas empresas, esta máquina está muito pesada e está
fechada, inacessível à população brasileira. Quando se esperava que, de uma
Reforma Administrativa, todos esses aspectos fossem considerados, fossem
levados em conta, nós avaliássemos se há ministérios demais, se há ministérios
de menos, quais se irão se juntar, quais deles irão se separar. O que nós vemos
é aquilo que se chama de reforma administrativa escolheu como alvo único,
exclusivo, o funcionário público federal, e, a partir daí, pretende emitir
normas que vão repercutir entre os funcionários estaduais e municipais, sendo o
aspecto principal a quebra da estabilidade.
Defender a estabilidade do servidor público não é defender o servidor
público que não trabalha - hoje, já há procedimentos que podem demitir o
funcionário relapso -, mas é defender a possibilidade de ter-se um corpo
funcional profissionalizado que sofra, ao mínimo, as ingerências
político-partidárias. E o Governo Federal do Sr. Fernando Henrique veio acabar
com isso. Portanto, a Moção do Ver. Cyro Martini é muito importante. É
fundamental que esta Casa se posicione. Fiquei muito contente em ver que a
posição de Ver. Pedro Américo Leal que, no aspecto partidário, seria o nosso
oposto, é tão forte, tão evidente: a situação política do País é grave.
Repetindo o que o próprio Vereador tem dito, nós estamos numa ditadura civil, e
nós, do PT, que combatemos a ditadura militar, estamos combatendo a ditadura
civil que o Presidente Fernando Henrique quer implantar no País. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cláudio
Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, estamos em plena “fujimorização”, em plena ditadura, com imprensa
livre, congresso aberto, com todo o mundo falando do Presidente, houve uma
represália muito grande, o Exército está nas ruas, estamos numa ditadura muito
forte. Inclusive o Presidente Fernando Henrique Cardoso deva fazer uma plástica
no rosto, amendoar seus olhos à feição dos nipônicos, adotar um sobrenome
japonês e “fujimorizar”. Talvez seja este o neologismo. Ora, pelo amor de Deus!
Estamos em situação política gravíssima, onde? Com instituições todas
funcionando, com todas as garantias jurídicas. Que situação grave é esta?
Ora, temos em plena ditadura, estamos “fujimorizando”. Ora, por favor!
Quase todos os dias temos uma moção e quase nenhuma delas diz respeito
à Cidade de Porto Alegre. São moções por telepatia.
Então, a bancada da forma petista de governar e fazer política que
revolucionou o País é contra a distribuição dos alimentos na proposta que fiz,
é contra os poços artesianos, está fechando o Instituto Dias da Cruz. Fui
sábado no mercado público, é um monumento à sujeira, imundície e mau gosto.
O SR. JUAREZ PINHEIRO
(Questão de Ordem): Com todo o respeito que o nobre
parlamentar me merece, além do respeito de ser meu amigo, parece que ele está
saindo da Pauta, da discussão do Requerimento nas suas últimas afirmações. Peço
que o orador retorne ao tema da Moção.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Aceito a observação e a
colaboração do meu amigo Ver. Juarez Pinheiro, só quero dizer que estou falando
da Moção. É isso que as pessoas não estão entendendo, porque quando digo que
essa Moção é um abastardamento das moções, porque todos os dias vamos ter
moções contra o Governo Federal. Também posso fazer uma Moção, e estou falando
em moções, porque agora a EPATUR está fechando é está abrindo outra EPATUR,
acoplada à Secretaria Municipal de Indústria e Comércio. Onde está a discussão
dos problemas de Porto Alegre? Tem os jornais e a tribuna para protestar, ora,
fazer moção, e devia haver moção contra a impossibilidade de marcar-se a
primeira consulta em Porto Alegre, isso é um problema de Porto Alegre.
Essas moções estão sendo teleguiadas, já houve a moção lá da Itália,
agora uma da Câmara de Deputados, quando eles têm o dia todo para debater esses
problemas, e há muitas coisas administrativas que devem mudar neste País, e
qualquer tentativa de mudança tem sempre essa atitude reacionária de Moção de
Repúdio. Sou contra muitas coisas propostas pela moção. Eu vou dizer que
sou a favor do estatuto de
estabilidade, mas tem algumas coisas que têm que ser reformuladas pelo exagero,
pela obesidade do Governo, pela sua impotência e pela sua incompetência,
durante todo esse período de Brasil-República, que faz com que as coisas neste
País fiquem muito mais difíceis e mais morosas.
Por favor, não me venham com Moção de Repúdio a uma tentativa de
Reforma Administrativa, que, se tiver errada, a Câmara que trabalhe, a Câmara
que negue. Proponho que todas as moções, a partir de agora, sejam todas
voltadas ao interesse da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Barbosa): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, um dos aspectos mais fascinantes de qualquer Plenário, de qualquer
Legislativo, é o sentido plural, em termos ideológicos, filosóficos, e
políticos, que os Legislativos, em geral, contemplam. Nós temos divergências,
sim, e ainda bem que as temos. E temos divergências com relação a conteúdo das
matérias discutidas, temos divergências com relação à forma, e temos
divergências de todos os tipos, com relação ao que deve ou não fazer um
parlamentar municipal, estadual ou do âmbito federal.
Tenho-me filiado à uma corrente, Sr. Presidente, respeitando bastante
as correntes em contrário, de que o parlamentar municipal, no caso o vereador,
em nosso País, tem a obrigação, o dever, de manifestar a opinião que ele
percebe da população da cidade que representa. Entendo que é um dever do
parlamentar expressar esse tipo de posição, mesmo que o tema não diga respeito
unicamente a Porto Alegre. Diz, Ver. Cyro Martini, apenas não diz
exclusivamente a Porto Alegre. É uma questão nacional, mas temos a obrigação de
expressar o sentimento que nós percebemos na Cidade, que percebemos na
população que representamos. Por isso, Ver. Losada, é importante que o Vereador
tenha, afetivamente, o compromisso e a capacidade de expressar através de uma
Moção, através de uma manifestação de tribuna, através de uma entrevista para a
imprensa, através da presença numa reunião, num comício político-partidário, -
o sentimento que ele percebe da população que ele representa.
Por favor, é claro que respeito as opiniões em contrário, é claro que
há divergência nossa com relação ao método, à forma, e respeito, obviamente, a
oposição do Ver. Sebenelo, ilustre representante do povo de Porto Alegre nesta
Casa, mas temos divergências e são respeitosas. Na minha opinião, e é opinião
majoritária no PDT, por isso o encaminhamento, é que o Vereador tem, entre
inúmeras atribuições, a obrigação de realizar efetivamente a vontade popular na
Casa, de apresentar projetos, de discutir os projetos que não são dele, de
votar contra ou a favor do projeto do Executivo.
Apenas para informação, Ver. Sebenelo, também votei contra e votarei
novamente contra projetos da extinção da EPATUR. É a posição deste Vereador,
não é partidária. Agora, obviamente entre as obrigações de um parlamentar,
inclui as de manifestar o que ele percebe na população, através de moções, e
esta, Ver. Cyro Martini, é uma Moção que carrega em seu conteúdo aquilo que a
média do pensamento da população, aferido por este Vereador.
Tenho a mesma impressão de V.Exa. Acredito que a população de Porto
Alegre não gosta desta reforma administrativa, tanto quanto a população dos
milhares de municípios brasileiros. Tenho a nítida impressão de que esta
Reforma administrativa atende exclusivamente aos interesses do Governo Central
e tenho hoje a convicção de que há vários balões de ensaio jogados pelo Governo
Federal para desviar a atenção da população, do descalabro que é o atropelo a
institutos consagrados em nosso direito administrativo e trabalhista, como é
caso do instituto da estabilidade.
Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entendo que a Moção tem
esse objetivo, e merece o nosso apoio, o de demonstrar a quem efetivamente vai
decidir através do voto - o Congresso Nacional - , qual é a posição da
população de Porto Alegre, pelo menos em termos majoritários. Por isso o PDT,
através deste Vereador, encaminha favoravelmente a aprovação da Moção
encaminhada pelo Ver. Cyro Martini e já assinada por vários Parlamentares,
inclusive por este, na medida em que entendo que é necessária para o
esclarecimento do Congresso Nacional acerca da nossa posição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tenho sorte porque ocupo a Tribuna depois que o ver. Pedro Ruas o
fez, e ele, como sempre, brilhante, enfatizou a importância de que os
parlamentares do Município devem dedicar aos grandes problemas nacionais. Eu,
aliás, outra coisa não tenho feito senão acompanhar a discussão quando, nesse
sentido, ela se instala, em que pese, ver. Pedro Ruas, eu lhe declaro alto e em
bom tom , de forma peremptória, que em determinados momentos eu me frusto em
verificar que o empenho com que nós participamos da discussão desses grandes
problemas nacionais faz com que, perante a opinião pública, pareça que a Câmara
Municipal está-se omitindo de alguns problemas como a área industrial da
Restinga, ainda zerada e sem nenhum emprego gerado; os alagamentos da Cidade; o
caos confessado no trânsito da Cidade, a extinção da EPATUR, numa teimosia do
Governo do Município; a sua ausência da política de turismo; a timidez absoluta
da política habitacional e suas conseqüências nefandas, com equívocos
lamentáveis como aquele que V.Exa. flagrou na equação do problema daqueles
excluídos dos projetos habitacionais da Cidade. Os tímidos passos, e até
confusos, da Secretaria Municipal de Saúde, ilustre Vereador e homem da
Medicina, Cláudio Sebenelo, na área do SUS, tímidos e confusos, quando não
equivocados; os problemas decorrentes da resistência do Município em assumir
clara e objetivamente a educação básica na municipalidade.
Eu gostaria, Sr. Presidente, nesse momento, de ficar mais nesses
problemas, mas eu tenho que reagir de acordo com o que é proposto e, legitimamente, o Ver. Cyro Martini nos propõe
uma discussão a respeito da atuação do Governo Fernando Henrique, no que diz
respeito à Reforma Administrativa. Essa discussão é importante, porque a
Reforma Administrativa terá os seus reflexos com todos os quadrantes do
território brasileiro e, nesse sentido, o Ver. Pedro Ruas tem razão porque
Porto Alegre está inserida nesse contexto. Eu entendo, até, que essa matéria
poderia e deveria ser melhor discutida para não ser epidermicamente discutida.
Eu não sou daqueles que, para aprovar que sou solidário com o projeto das
reformas do Presidente Fernando Henrique, bato palmas para tudo que ele faz. Eu
entendo e até faço essa proclamação pública porque nesse Projeto de Reforma
Administrativa há algumas situações que precisam e merecem ser mais
esclarecidas. Penso que o Congresso Nacional, em alguns aspectos, já fez esse
trabalho. É uma matéria polêmica em que os interesses são conflitantes, que as
decisões do Congresso Nacional ora são aplaudidas por um segmento político e
ora criticada por esse mesmo segmento. Mas eu sempre disse que o Congresso
Nacional não pode ser omisso, deixando de se posicionar sobre os grandes problemas
da nacionalidade.
Festejo este como um dos mais fecundos períodos do Congresso Nacional
e, especialmente da Câmara dos Deputados, o período em que o meu partido, da
frente Liberal, através da Presidência
do Deputado Luiz Eduardo, dirigiu o destino da Câmara dos Deputados,
sendo o período mais fértil, em que mais se votou e em que mais se enfrentou os
problemas neste País na área Legislativa.
Essa é a missão que temos que exigir dos nossos parlamentares que é o
enfrentamento do problema. Uma vez decidido o assunto, não podemos ficar nessa
situação de somente aplaudir a decisão parlamentar, quando ela vem ao encontro
dos nossos interesses. Eu só critico a não decisão, a omissão, a falta de
responsabilidade no enfrentamento dos problemas.
Com relação ao objetivo da reforma, não vejo porque repudiar a política
de reforma do Presidente Fernando Henrique. Se alguém discorda dela, que
apresente uma opção melhor, que apresente um substituto, que aplique esse
conceito benéfico, às vezes, até paternalístico. A política municipal, que
pague em dia, adequadamente, o aposentado do Município, Ver. João Dib.
Eu não posso votar a favor de uma Moção como essa, porque não quero um
Governo omisso; quero um Governo que tenha bandeira, proposta e projetos que
possam ser discutidos. Não concordar com o Presidente Fernando Henrique, isso é
proposta? Repudiar é uma atitude antidemocrática de quem não quer ver o
exercício democrático, o exercício parlamentar da discussão em torno dos
grandes problemas nacionais. Sou contra, meu querido e ilustre Ver. Cyro
Martini, com todo o respeito a V. Exa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra, para encaminhar pelo PSB.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Ver. Reginaldo Pujol, que ocupou esta tribuna, disse que tinha
recebido o bafejo da sorte, porque o Ver. Pedro Ruas falou. E, agora, falando
logo após o Ver. Reginaldo Pujol, eu digo que sou um afortunado pelo brilhante
discurso dos dois.
Nós gostaríamos de ser solidários à Moção do Ver. Cyro Martini. Até em
tom de brincadeira, no momento em que nós conseguirmos unir o Exército com a
polícia Civil, temos que ser plenamente solidários.
O PSB discute muito a reforma Administrativa e entendemos que tem que
ser feita uma Reforma, mas não da maneira como está sendo feita. O que está
acontecendo é uma verdadeira patrola, ou seja, faz-se a Reforma ou não se faz
nada. Tanto é que o Presidente, num determinado momento, ele atribui à
população: “é uma população tosca”. Então, eu sou tosco, eu aceito isso, mas
não vou compactuar com isso. Em nome da Bancada, somos amplamente favoráveis à
Moção.
Ontem, por ocasião da Vale do Rio Doce, nós, junto com os estudantes,
manifestamo-nos contra a questão da Vale. Nós estamos num momento oportuno. E
tem-se dito muito, aqui, que a Câmara só discute assuntos nacionais. Mas tem
que ser discutido, porque nós estamos vivendo um momento nacional impar, é um
caldeirão. E acho que chegou o momento de uma ampla discussão, porque todos os
segmentos da sociedade estão se mobilizando como em outras oportunidades. E,
quando isso ocorre, é sinal que vai haver mudanças. E eu não tenho dúvida
disso. Os indicativos estão aí, a juventude deste País se organizando, os
operários se organizando e lastimando os incidentes ocorridos ontem, no Rio de
Janeiro, com a repressão policial. Portanto, Ver. Cyro Martini, V.Exa. tem o
total apoio do PSB referente a sua Moção. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo
Brum): Em
votação o Requerimento nº 103/97 do Ver. Cyro Martini. Em votação nominal por solicitação do Ver. João Dib.
(Após a chamada.) APROVADO por 14
votos SIM e 06 votos NÃO.
Requerimento nº 104/97 de
autoria do Ver. João Dib, solicitando uma Moção de Solidariedade ao Dep. Flávio
Koutzii, pela sua declaração com ralação à GM em 25. 04. 97, veiculada em
periódicos locais em 29.04.97. O Ver.
João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é com emoção que encaminho a Moção de Solidariedade ao nobre e eminente Deputado Flávio Koutzii que, comigo
foi Vereador nesta Casa e, quando Vereador, não tratou dos salários dos
municipários. É bom que se pense nisso. Ocorre, Sr. Presidente, que a coerência
deve ser um dos pontos altos da vida de um homem público. Esta Câmara já
aprovou uma Moção, não ao Deputado Flávio Koutzii, mas ao Pedido de
Informações. Foi uma Moção de apoio ao Pedido de Informações isso é outra
coisa. Não tem nada a ver com o que aconteceu. Pedido de Informação não é humano,
é o instrumento do regimento e da Constituição do Estado. Aliás, Pedidos de
Informações, eu dizia desta tribuna, que deveria ter sido exercitado quando da
votação do projeto. Todas as medidas tomadas depois da aprovação meses depois,
deveriam ter sido tomadas quando da aprovação do projeto. Agora, eu leio nos
jornais que ele fez uma belíssima declaração dizendo que, para a GM, se faria
isenções, aliás, o PT não é diferente de ninguém, também faz acomodações para o
interesse da Cidade de Porto Alegre ser preservado.
Já votei favoravelmente à redução de alíquotas para o Banco Meridional
permanecer em Porto Alegre com seu setor de “leasing”. Votamos uma lei
reduzindo a alíquota do ISSQN e votamos dizendo que a lei retroagia à data
anterior para que o Meridional não saísse de Porto Alegre. Isso foi um momento
de inteligência administrativa da administração prefeitural. O próprio
Secretário da Fazenda veio aqui falar para que se votasse essa propositura do
Ver. Luiz Braz e mandou retroagir. Agora quero, à semelhança do que fizeram
para o Pedido de Informações, não para o homem,, apesar de que o Presidente
assinou um documento dizendo que era para o Dep. Flávio Koutzii, mas não era
verdade, a Câmara não votou, a Câmara votou uma Moção de Solidariedade a um pedido
de Informações e estou propondo que se vote uma Moção de Solidariedade ao
homem, Flávio Koutzii, Dep. Estadual que, em 1994, declarou com todas as letras
que: “Para a GM tudo servia”. E agora gemem, não sei porquê. Então, eu acho
justo fazer uma Moção de Solidariedade ao homem que, em 94, viajou a São Paulo,
foi visitar as instalações da GM, e voltou dizendo que para a GM, sim. Está aí
nos jornais. Não sei com se imprime um
jornal, agora, eu leio o jornal e os jornais de Porto Alegre mostraram que para
a GM, sim, se fariam concessões, porque era uma medida inteligente segundo o
Dep. Flávio Koutzii.
O Pedido de Informações e uma coisa, o Flávio Koutzii é outra coisa. O
Pedido de Informações já foi aprovado. O Presidente assinou um documento que
não é o que foi votado aqui no Plenário; aqui se votou uma Moção de
solidariedade ao Pedido de Informações. O Presidente assinou um documento
equivocadamente ao Flávio Koutzii. Eu quero que o Ex-Vereador e hoje Deputado
seja também objeto, como o foi o Pedido de Informações, na solidariedade esta
Casa, porque não há diferença, ou então, não há coerência e coerência é
essencial para o homem púbico. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Gerson
Almeida para encaminhar pelo PT.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a política parlamentar, às vezes, aparenta ser um faz-de-conta, mas
quando vamos ver, em alguns momentos, no fundo, na essência, ela não passa, de
fato, de um faz-de-conta. Eu quero dizer que nós não podemos transformar o
Plenário da Câmara numa coisa que, não fazíamos nem no Diretório Acadêmico do Pio XII. Ver. Dib. Se
eu pegasse declarações suas de 1984 ou de 1974 sobre o Mercado Público, - por
exemplo, eu não fiz isso, pois eu acho que seria vil, depois daquela magnífica
obra de restauração do Mercado Público, dizendo que era favorável a transformar
aquilo em estacionamento. Estou dizendo isso, porque sei que a Bancada do
Partido dos Trabalhadores tem usado e, às vezes, em quantidade grande, o
artifício de moções. A Bancada do PT tem legítimo direito, é regimental, é
legal. No entanto, acho que no legal, no regimental tem um elemento que deve
sempre nortear a ação parlamentar, que é o elemento do bom senso. É onde chega
o limite da política na utilização dos artifícios do Regimento da Casa, para
tensionar a disputa política.
Portanto, é legítimo fazer moção contra, por exemplo, a liquidação da
Caixa Federal, da Caixa Econômica, a favor do índio Pataxó assassinado
violentamente. É legítima fazer algumas escaramuças parlamentares para colocar
o adversário numa situação delicada, constrangedora. É legítimo na política. No
entanto, há o preceito universal do bom senso. Esse preceito não pode faltar,
Ver. Dib. E V.Exa., quero dizer com toda a fraternidade que a Bancada costuma
lhe tratar, na sua longa história parlamentar e pública, neste caso, V.Exa. não
usou a norma, o paradigma, a busca do bom senso e cometeu um ato bastante
infantil. É infantil pegar uma declaração de 94, 74, 54, de algum parlamentar,
e querer transformar isso em moção. Aí, nós não estamos discutindo política,
não estamos fazendo uma disputa, estamos fazendo, a meu juízo - desculpe-me,
Vereador - , uma brincadeira. A Bancada do Partido dos Trabalhadores encaminha
contra essa brincadeira, porque o Plenário não é um circo, não é um picadeiro.
Solicito aos demais Vereadores dos demais partidos que votem contra, também.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, é uma Moção de solidariedade e eu absolutamente não concordo que
seja chamada de brincadeira. Pode votar contrariamente, mas não aceito que seja
chamada de brincadeira e a Mesa não pode considerar regimentalmente que seja
considerada brincadeira.
O SR. PRESIDENTE: Aceito a sua Questão de
Ordem, Vereador.
O SR. GERSON ALMEIDA: Eu, com base no Regimento,
repito: minha posição é de que isso é
uma brincadeira, isso não fere o Regimento, não fere a ética parlamentar, é uma
brincadeira. Por ser uma brincadeira, vamos tratá-la como tal e votar contra
essa Moção.
Ela vem de um Vereador que tem
larga tradição de ações sérias, corretas, e que pode, como é humano, pisar na
bola. E desta vez pisou na bola. Por isso acho que o Plenário tem que ter um
elemento para corrigir essa pisada, e mais: que isso sirva de alerta para que
nós todos, todas as Bancadas, levemos essa questão, esse artifício legal, esse
instrumento legítimo, político, até o limite, mas o limite que não ultrapasse o
bom senso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está
com a palavra para encaminhar.
O SR, CLÁUDIO SEBENELO: O Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, encaro com a maior seriedade a proposta do Ver.; João Dib. É uma
proposta séria, não é brincadeira. É uma proposta séria, porque, se a data de
declaração é 1994, a publicação nos jornais de hoje, em letras garrafais, em
páginas inteiras, atualiza essa discussão.
As moções não podem ser abastardas. Esse foi o motivo do meu
pronunciamento anterior, pedindo que não se faça mais este tipo de procedimento
a todo hora. A moção não pode ser vulgarizada, pois é um instrumento de uso
nosso. Um instrumento político altamente valorizado. Porém, à medida que
buscamos um fato, numa cidade, por exemplo, do interior da Itália, para pedir
uma Moção contra o Presidente da República, à medida que nós somos contra este
tipo de Reforma Administrativa - que não foi feita ainda, apenas, está sendo
debatida, - a moção passa a ser, diariamente, um instrumento que perde a sua
força, perde sua ação. E nós mandamos um telegrama de moção, ou uma moção e vai
ser jogada no lixo no momento seguinte. E nós perdemos horas e horas discutindo
moções aqui.
Então, eu queria que toda a Bancada do PT, especialmente, o seu Líder -
pessoa que aprendi, em muito pouco tempo, a admirar por sua postura e pela sua
lucidez - que tome esta Moção como uma forma propedêutica, de uma forma
pedagógica de como não se pode vulgarizar a moção . Esta Moção tem atualidade,
é do dia de hoje - vocês procurem nos jornais de hoje, porque lá está a frase
referida na Moção, num a pedido que ocupa a página inteira, em letras garrafais
- eu acho que não há um momento tão atual, um assunto tão atual, tão palpitante
como esse, que é importantíssimo. A seriedade das propostas que temos, aqui,
não pode ser posta em jogo, não pode ser diminuída, ora por um interesse
político, ora por outro, quando, na verdade, se sabe que estamos discutindo
coisas e tirando tempo para tratar de problemas gravíssimos - esses sim - que
vive a Cidade de Porto Alegre.
A Cidade de Porto Alegre tem um número muito grande de pessoas
famintas. A Cidade de Porto Alegre tem um número muito grande de pessoas que
moram em favelas. A Cidade de Porto Alegre tem um número assustador de pessoas
vivendo em condições subumanas. E nós temos uma Reforma Administrativas que
está nos seus primórdios, que não foi executada, que está sendo debatida no
Congresso. Ora, meu Deus do céu, a nossa “fujimorização” e a nossa ditadura
têm, em contrapartida, essa maravilha de vida que levamos em Porto Alegre. Esta
Cidade é maravilhosa e de grande qualidade de vida, mas tem as suas mazelas e
seu lado ruim.
Por isso. peço, neste encaminhamento, que encaremos com seriedade o que
ocorreu aqui, hoje à tarde. O Ver. João Dib foi extremamente feliz ao mostrar
como nós temos que nos conduzir. E no momento em que a Bancada do PT fica
revoltada com esse tipo de proposta, pensem como ficamos quando surgiu a
proposta do Ver. Cyro Martini em relação à Reforma Administrativa Federal.
Queremos discutir os problemas da Cidade de Porto Alegre, queremos discutir no
Brasil, queremos discutir no mundo, queremos discutir no nosso planeta.
Tivemos, outro dia, aqui, uma coisa maravilhosa chamada Dia da Terra. A mesa
encaminhou com apenas três conferencistas, que, casualmente, eram do PT ou
tinham tendências petistas. Quero que no próximo Dia da Terra se convidem, por
favor, as duas correntes de pensamentos e, mais do que isso, que as moções não
só sejam respeitadas e respeitosas, mas que não permitamos o avassalamento
desse instrumento tão precioso e tão útil na nossa forma de fazer política.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, aquele evento foi
promovido pela COSMAM, não foi pela Mesa. Peço que retire a palavra
“desgraçadamente”, porque V. Exa. se referiu a esta Mesa.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, faço a
retificação e aceito a observação do meu caro Ver. Paulo Brum: não foi Mesa e
sim a Comissão de Saúde. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está
com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a frase não é minha, quem a disse foi o Ver. Hélio Corbellini:
“Tantas são as moções nesta Casa, que isso parece um centro acadêmico.” O Ver.
Hélio, apesar de ter pouco tempo na Casa, já entendeu bem o espírito da coisa e
com a sua inteligência já notou que a Casa tem-se apegado muito a essas moções:
são moções de repúdio, moções de apoio , moções de solidariedade.
Vendo rapidamente essa Moção, talvez possamos ter conceito do Ver.
Isaac Ainhorn, que diz que é “chacota”.
Por que não? Porque todos nós conhecemos o Ver. João Dib e sabemos que ele
sempre está na mesma linha. O Ver. João Dib, há trinta anos, tem a mesma
posição, as mesmas idéias e não muda a opinião que teve há dois ou três anos,
sobre o mesmo assunto. Não estamos discutindo se o posicionamento do Ver. João
Dib é correto ou não, na nossa ótica. Mas temos a convicção de que o Ver. João
Dib sobre declarações que esse pudesse ter feito há dez, quinze, vinte anos. E
iria mais longe: há dois anos e meio, que é o período, exatamente sobre o mesmo
assunto que está hoje na Ordem do Dia. Tenho a convicção de que o Ver. João Dib
não teria mudado a posição do Vereador, mas nós conhecemos a linha do Ver. João
Dib.
Por isso entendo o autor dessa Moção. Ele tem a lógica. Ora, se um
deputado Estadual se manifesta a um órgão de imprensa sobre um assunto que
naquele momento, em 1994, era extremamente importante para o Estado e
necessitava de uma opinião de um Deputado Estadual, não é justo que esse
Deputado vá mudar sua posição dois anos depois. Ele pode mudar a sua opinião
sobre detalhes do contrato, mas não sobre sua essência. O Ver. João Dib se
apega, na questão da Moção de Solidariedade, na parte dos incentivos e
insenções fiscais. Não está entrando nas minúcias do contrato, não está
questionando se em 1994, ou 97 o governo teria uma posição sobre aquele
contrato. Então, não mudou o conceito, o objetivo, de 1994 para 1997. Agora,
esta Moção pode, no conceito do Ver. Isaac Ainhorn, ter razão.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, eu só quer informar a V. Exa. que, como membro do PDT, quem
interpreta as minhas posições é o Líder da minha Bancada, e o fará por ocasião
do encaminhamento. Jamais usei a expressão a que o Vereador Záchia se referiu
na tribuna. Não é por esse lado.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: É uma Questão de Ordem?
Vamos acreditar que seja. Eu assumo as minhas posições. O Ver. Dib assumiu, o
Deputado Flávio Koutzii parece que não, e o Ver. Isaac Ainhorn, não. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está
com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu queria dar a este encaminhamento dois enfoques. O primeiro é, se
o Ver. Cláudio Sebenelo me permite usar o termo que ele usou; “abastardamento”
da Câmara Municipal, porque nós vamos perder tempo. Já estamos sendo criticados
na imprensa por determinadas atitudes deste teor, e sobre frases de políticos
ou coisa que a valha. Temos que nos aprofundar sobre isso. Temos que nos
aprofundar sobre isso. Eu até fico surpreso quando o Ver. João Dib se irrita na
tribuna - isso não é muito incomum - , pois ele se insurge contra os rumos que
ele acha que a Câmara está tomando, que não aqueles de autonomia e soberania.
Então, eu imagino que se não fosse subscrita por ele, ele faria um
pronunciamento muito forte no sentido de que é muito pequeno, muito rasteiro
esse tema que está na Moção. Por isso, o termo do Ver. Sebenelo encaixa-se com
meu conceito de que “abastardamento” sim, mas da Câmara, para voltar a Moção.
Esse seria o primeiro enfoque.
O segundo enfoque, é que não se pode discutir esse assunto sem
analisá-lo, pois dar incentivos para um indústria que dará emprego, qualquer
município pode fazê-lo dentro da política de desenvolvimento comercial,
industrial ou econômico. Então, imagino que dar qualquer tipo de isenção é
normal, tanto que muitas indústrias do Rio Grande do Sul estão indo para o
Nordeste, porque lá estão encontrando algumas facilidades que aqui não são
dadas. Isso faz parte da questão. Então, imagino que o Deputado tenha dito que
alguma isenção poderia ser dada, mas não todas e nem da maneira como foi feito,
que é pública e notória, não vou repetir, situações que nem um pai para um
filho faria, porque negócios, negócios, família à parte. O que se imagina é que
o Deputado era flexível a algum tipo de
isenção para a vinda da GM, mas não o que está acontecendo, isto é, todas as
insenções que ninguém sonhava.
Eu dizia, ontem, num comício na Esquina Democrática, que um
frigorífico, perto de Soledade, faliu, porque não conseguiu um empréstimo de R$
253 milhões, R$ 1 milhão para cada pequena empresa, em quanto seria aquinhoada
a pequena e média empresa? É isso que se está discutindo. E estou falando num
aspecto, nos R$ 253 milhões, não vou falar no resto.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente. Ouvi com atenção e com a tranqüilidade que me caracterizam, as
palavras contrárias ao meu posicionamento. Agora, não sou obrigado, na forma
regimental, como diz o nobre Vereador, estou falando apenas no assunto, os 253
milhões não estão em fogo. Regimentalmente, não tem por quê.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Ora, o Ver. João Dib
realmente, hoje não está inspirado. O que moveu essa Moção senão o Deputado
Flávio Koutzii estar lancetando a questão dos 253 milhões para a GM? Por que
foi em cima do Deputado Koutzii e não
em cima do Deputado Beto Albuquerque, ou do Pompeu de Mattos, e outros que
também estão fazendo oposição ao Governo? Ora, Vereador, a sua Moção,
realmente, está tratando de isenção. Agora, esse é o principal, mas e os
acessórios? Se tem relação com a GM tem com os 253 milhões. Acho até que V.Exa.
está restringindo a minha liberdade de fala, já não está em cima do Regimento.
Está sucateando a liberdade de expressão.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, por gentileza, o
seu tempo está esgotado.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Tem razão, agradeço a V.
Exa., concluindo, quero deixar essa indagação: falar na isenção da GM e não
falar nos 253 milhões o que é isso, Vereador? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem.): Sr.
Presidente, tanto tem a ver com a GM que o próprio material não é o que refere
na Moção, artigos da época, mas é um panfleto, um apedido no jornal, onde esta
matéria foi descontextualizada. Inclusive, o que está escrito na Moção não
confere com a fonte que é colocada atrás. A fonte tem visão parcial porque está defendendo uma tese.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Moção de
Solidariedade ao Dep. Flávio Koutzii. Votação nominal, conforme solicitado pelo
Ver. Fernando Záchia. (Após a chamada.) REJEITADO
por 7 votos SIM, 15 votos NÃO.
Gostaríamos de informar ao Plenário três questões rápidas. A primeira é
que o Ver. Isaac Ainhorn retira, neste momento, - e eu deferi porque não havia
parecer ainda, - o PLL nº 09/97, que dispõe sobre a obrigatoriedade da abertura
do comércio varejista do Mercado Público Central aos domingos pela manhã. A
retirada do Projeto coincide com a notícia que dei antes de sair - e que renovo
-, de que nos estivemos juntos representando esta Casa, assinando um Protocolo
entre a prefeitura e os permissionários, na presença da Presidência do
Sindicato dos Comércios, Sindicato dos Lojistas e do Presidente da Associação
dos Permissionários. Nessa assinatura, a Câmara apenas aparece como testemunha,
porque é um Protocolo entre o Executivo e os permissionários para abrir durante
seis domingos ainda este ano, sendo que o primeiro domingo será neste próximo.
Em segundo lugar, a Mesa recebeu hoje a visita do Sr. Prefeito e da sua
equipe de governo na área de economia: o Diretor do GAPLAN, Sr. Ubiratan de
Souza; o Diretor do DEMHAB, o Sr. João Verle, e vários assessores. Também um
número grande de conselheiros do Conselho Popular do Orçamento Participativo.
S. Exa., o Sr. Prefeito, entregou a esta Casa o Plano Plurianual na data
correta, que era hoje, com todos os dados que estão sendo multiplicados para
serem passados a todos os gabinetes dos Vereadores. Consideramos que foi um ato
importante. Estavam presentes os Vereadores: 1o. Secretário, Ver. Paulo Brum;
algumas lideranças - Vereadores Gérson Almeida e José Valdir. Nós desculpamos,
junto ao Sr. Prefeito, a ausência dos Vereadores João Dib, Isaac Ainhorn e
Fernando Záchia, que não puderam comparecer porque estavam na entrevista que
foi feita pela Comissão de Constituição e Justiça com o Sr. Proença, Secretário
de Assuntos Internacionais do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Comunicamos que foi uma reunião longa e bastante interessante.
Colocamos para o Sr. Prefeito, até porque faz parte do Plano Plurianual
98/2001, a forma como a Mesa Diretora estabeleceu um processo de consulta às diretorias, às chefias dos
setores da Câmara para elaborar o plano plurianual da Câmara. Foi muito
interessante a discussão, porque influiu no estabelecimento dos percentuais que
nós estamos esperando que sejam cumpridos nos próximos quatro anos. Vamos
divulgar isso devidamente, inclusive com gráficos feitos perla assessoria da
área de Patrimônio e Finanças que mostram a evolução dos nossos gastos nos
últimos cinco anos e as projeções para estes quatro anos no Plurianual. São
algumas informações que nós, antes desse feriado de primeiro de maio, queríamos
deixar para os Srs. Vereadores.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Requeiro que a Comissão de Redação examine a Moção de Apoio ao Pedido de
Informação e o documento que foi encaminhado ao Deputado Flávio Koutzii, para
ver se o texto que foi votado e o que foi encaminhado são coincidentes.
O SR. PRESIDENTE: Vereador João Dib, vamos
fazer a verificação necessária e, na próxima Sessão, voltaremos a este assunto.
Constatamos visualmente que não temos quórum, e estamos no limite de
horário da Sessão. Encerramos os trabalhos desejando um bom Primeiro de Maio a
estes incansáveis trabalhadores que estão aqui.
(Encerra-se a Sessão às 18h03min.)
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